No Japão, a cada 8 dias uma pessoa com 60 anos ou mais é morta pelo próprio cuidador, alguém da família geralmente exausto. Esse dado alarmante vem de uma pesquisa da professora Tsukiharu Hara, especialista em bem-estar social. Ela analisou, em 10 anos, mais de 400 casos parecidos e o que mais choca é que muitos desses cuidadores são idosos também.
Gente com mais de 70 anos, cuidando sozinha de pais, companheiros ou irmãos, como já noticiamos aqui no Juventude Prateada. Com corpo cansado, a mente desgastada e o coração cheio de culpa por não darem conta de si e de cuidar do outro, essas pessoas têm sido levadas ao ato extremo. Esse fenômeno tem até nome: Care-killing, quando o amor vira desespero.
A população japonesa está encolhendo, mas o número de idosos que precisa de cuidados cresce. É uma bomba relógio social. Só em Tóquio, mais de 1 milhão de idosos vive sozinho. E quando o cuidado se torna um fardo solitário, o risco de tragédia aumenta. A pergunta que fica é: Quem cuida de quem cuida?