Costuma-se repetir que os mais velhos ensinam e os jovens aprendem, mas isso é pouco para explicar a riqueza do encontro entre gerações. Porque o tempo não corre em filas, ele circula e, quando os jovens e mais velhos se aproximam de verdade, algo raro acontece. Cada um se amplia no olhar do outro.
O jovem traz a curiosidade das primeiras descobertas, a coragem de testar caminhos, a ousadia de perguntar o que ninguém perguntou.
O mais velho chega com a memória das travessias, com a sabedoria lapidada nos tropeços, com a serenidade de quem já viu a vida se repetir e, mesmo assim, continua acreditando nela.
Quando essas duas experiências se tocam, nasce uma espécie de terceira força, uma convivência que não é sobre ensinar ou aprender, mas sobre trocar.
O jovem descobre que existe beleza no ritmo que desacelera. O mais velho reencontra o entusiasmo que parecia guardado demais. Um devolve futuro, o outro devolve sentido.
A convivência intergeracional é isso. Uma ponte construída com passos diferentes, mas rumo ao mesmo destino. É lembrar que ninguém cresce sozinho e que todas as idades carregam algo que falta a outra.
No fundo, o mundo envelhece e rejuvenesce ao mesmo tempo e só encontra equilíbrio quando as gerações se escutam, porque é no encontro entre os tempos da vida que a humanidade realmente acontece.
