Na semana passada participei de um evento e, durante minha fala, defendi a valorização do profissional de psicologia, em detrimento a influenciadores ou coachs que não estudam. Isso é valorizar aquele que estuda, se dedica, se prepara para atuar com a responsabilidade que a ciência exige.
Ao final, uma participante me disse — com razão — que nem todo coach pode ser colocado no mesmo balaio. E é verdade. Há coachs sérios, competentes, comprometidos. Tenho uma amiga, por exemplo, que fez imersões na Índia, na Alemanha, estudou com profundidade antes de aplicar qualquer metodologia.
Mas meu ponto era outro: falava de quem faz um curso de fim de semana, de 12 horas, recebe um certificado e, no dia seguinte, já se apresenta como profissional transformador, pronto para “mudar vidas”. Como se isso fosse simples. Como se bastasse uma apostila colorida.
Não se trata de atacar, mas de alertar. Quando a gente banaliza uma função, quando troca estudo por atalhos, quem paga o preço é o outro — aquele que confiou, que buscava ajuda de verdade.
O debate é importante. E que seja feito com respeito, mas também com responsabilidade. Porque cuidar da dor do outro exige mais do que boas intenções: exige preparo.