Será que a gente está vivendo a morte do detalhe? Será que, no mundo onde a pressa e a urgência são tão grandes, processos minuciosos e detalhistas estão começando a morrer? Michelangelo levou quase 10 anos para pintar a Capela Sistina. Se fosse hoje, o contratante esperaria tanto tempo?
E será que, quando não queremos investir em tempo, dinheiro e detalhes, estamos perdendo nossa identidade criadora e criativa? Precisamos falar mais sobre o minimalismo. Quando o minimalismo se tornou o padrão social para tudo, desde bancos e postes até arranha-céu e cozinha, temos uma redução da estética cultural.
A ideia é tipo essa: alguém pode não gostar de um detalhe, então, não pode haver detalhe. A questão é que o processo de tentar agradar a todos acaba produzindo um design brando que não entusiasma e nem agrega valor.
O que eu falo não é um ataque ao minimalismo, que foi o movimento consciente no final dos anos 1960 caracterizado pela extrema simplicidade em uma abordagem literal e objetiva.
É um ataque ao pequeno minimalismo, que parece ter se tornado o padrão social para todas as escolhas de design, sejam elas arquitetônicas, corporativas ou qualquer outra. E assim, chegamos a uma neutralidade absoluta, sem detalhes e sem identidade. O que será que isso diz sobre nós mesmos? Essa reflexão foi feita em cima de um texto que está no site Tabula.