17/06/2024
Redação: Prefeitura de Belo Horizonte
Imagem: Foto: Arte/PBH
A Prefeitura de Belo Horizonte entrega nesta segunda-feira, o primeiro refúgio climático da capital. O espaço de resfriamento, que servirá para o cidadão se abrigar do sol, amenizar os efeitos do calor e descansar, foi instalado na Rua dos Carijós, 679, no Centro da cidade. O equipamento faz parte das ações previstas pela Nova Agenda Verde, anunciada pelo prefeito Fuad Noman no último dia 5 de junho, e que tem o objetivo de tornar BH mais capacitada para enfrentar as mudanças climáticas.
A estrutura integra o programa Centro de Todo Mundo – que prevê a requalificação da região central da cidade – e irá funcionar como um “oásis urbano”, uma “ilha de verde” no hipercentro. Tendo como elemento central uma árvore, o refúgio contará com uma estrutura concebida a partir de técnicas de resfriamento passivo, contendo um conjunto de pisos permeáveis (gramado e revestimento de micro eixos drenantes). Dessa forma, ele contribuirá para a correta infiltração da água da chuva no local, evitando acúmulo e, consequentemente, alagamentos.
O espaço também contará com outras estruturas, como um banco sob a árvore, uma espreguiçadeira e um bebedouro. Dessa forma, o cidadão poderá utilizar o refúgio não apenas para se abrigar do sol e reduzir a sensação de calor, mas também para descansar e se hidratar. Ao todo, o refúgio climático ocupará uma área de 25,61 metros quadrados.
O bebedouro é um capítulo à parte. Ele possui tecnologia avançada, com três bicas distintas, destinadas a adultos, crianças e pets. Também possui estações nebulizadoras, com aspersores para dissipar uma névoa refrescante para que o munícipe se alivie do calor. Basta pressionar um dos botões e aguardar a liberação do vapor.
A espécie de árvore escolhida para este primeiro refúgio climático foi o oiti, também chamado de goiti (Licania tomentosa), por questões dimensionais e porque deveria ser uma espécie que harmonizasse com outras já existentes no hipercentro da capital. Também teria que ser uma árvore cuja copa não interferisse com a marquise vizinha, e cujas raízes ficassem afastadas o máximo possível da caixa da rede de drenagem pluvial. Por fim, devia ser uma espécie que gerasse sombra em todo o perímetro do refúgio climático durante o maior número possível de horas durante o dia, para que se crie um microclima próprio.
A obra foi executada pela empresa EPO Empreendimentos, de Belo Horizonte, por meio de compensação ambiental. A construção do banco e da espreguiçadeira foi feita em impressora 3D, gerando zero resíduo para a cidade.
Após a inauguração deste primeiro refúgio, há a previsão de entrega de outros quatro até o final de 2024, todos no hipercentro: um na Av. Olegário Maciel, outro na Av. Amazonas e dois na rua dos Caetés. Outras duas unidades serão implementadas em Venda Nova e no Barreiro, mas ainda não há previsão de data. Futuramente, BH poderá contar com cerca de 50 refúgios climáticos, instalados em todas as regionais.
Refúgios Climáticos
A implementação de espaços públicos para resfriamento é uma tendência já observada em outras cidades, tanto no Brasil quanto no exterior, como os cooling places de metrópoles como Paris e Barcelona. São equipamentos que contribuem para tornar os centros urbanos mais sustentáveis e menos suscetíveis aos impactos das mudanças climáticas. Parques arborizados contendo lagos também são considerados espaços de resfriamento, assim como uma praça com um chafariz.
No caso dos refúgios climáticos que serão implementados na capital mineira, o diferencial está na árvore, que desempenhará o papel central no resfriamento do ambiente sob ela e ao seu redor. Segundo a Gerência de Ações para Sustentabilidade (GEASU), da Secretaria de Meio Ambiente de Belo Horizonte, não foram encontrados, no Brasil, espaços urbanos com essa combinação de atributos: árvore, pisos permeáveis, banco e bebedouro.