Envelhecer no Brasil é ainda um grande desafio. A desigualdade que começa cedo não se aposenta com a idade. Pelo contrário, muitas vezes se agrava. Faltam políticas públicas, cidades acessíveis, serviços básicos que funcionem, mas muita gente vai falar que não. Mas as pessoas que não tem todos esses acessos sabem do que eu estou falando.
Falta respeito, reconhecimento, empatia e mesmo assim surgem discursos que celebram a tal equidade, como se todos nós vivêssemos numa bolha de conforto e cuidados. Mas basta andar de metrô ou ônibus no fim do dia, olhar para a fila do posto de saúde ou conversar com uma idosa que precisa trabalhar para pagar o seu aluguel sem sobrar muito para ela. A realidade é dura sim, mas há também força, lucidez e coragem sem romantizar.
Pessoas que mesmo enfrentando obstáculos, seguem exigindo seus direitos. O Brasil precisa reconhecer sua população que envelhece e valorizar o que ela tem a oferecer, porque viver muito não pode ser sinônimo de sofrimento. É preciso garantir que o envelhecimento venha acompanhado de dignidade. E isso só se constrói com ação coletiva, justiça social e vontade política.
Ainda há tempo de mudar esse cenário e a gente disposta a fazer isso acontecer. Por isso isso precisamos nos engajar, todos. E para engajar é preciso de conhecimento.