O aumento da taxa Selic anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, nos revela que a desinflação tão esperada vai demorar para se tornar realidade.
Em fevereiro, a inflação subiu 1,01%, a maior desde 2015, quando o índice registrou 1,22%. No mesmo período de 2021, ficou em 0,86%. Até o último mês, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou ao patamar de 10,54% no acumulado de 12 meses. Esses dados pressionaram o Banco Central para aumento da Selic em março, como forma de conter a pressão dos preços, em especial dos combustíveis que estão pesando no bolso dos consumidores.
O aumento da taxa Selic pode causar diversos impactos no comércio. Dentre eles estão o aumento do custo do crédito, cheque especial mais caro, elevação do custo do cartão de crédito, diminuição dos prazos de pagamento, impacto negativo nas expectativas dos consumidores e lojistas. Todos esses cenários foram vividos pelos comerciantes ao longo dos dois últimos anos e vivê-los por um período maior pode gerar consequências graves como fechamento de empresas, extinção de postos de trabalho e queda da circulação de renda.
Considerando esses fatores e, especialmente, os sinais de recuperação que a economia vinha apresentando nos últimos meses, esperamos que o governo mantenha uma taxa de juros que não freie o desenvolvimento econômico, que estabeleça políticas de fomento de curto e longo prazo que garantam a recuperação da economia de forma sustentada.