Dois dos maiores nomes da história da música ganharam, de forma oficial, o título de patronos da Música Popular Brasileira (MPB). A Lei nº 15.204, sancionada pelo presidente Lula e publicada nesta sexta-feira (12/9) no Diário Oficial da União, reconhece Pixinguinha e Lupicínio Rodrigues como símbolos permanentes da identidade cultural do país.
O texto também foi assinado pelas ministras Margareth Menezes (Cultura) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania). Segundo a lei, o título de patrono é concedido a brasileiros falecidos há pelo menos 10 anos que tenham prestado excepcional contribuição à área em que atuaram.
Lupicínio Rodrigues: o mestre da dor-de-cotovelo
Nascido em Porto Alegre, em 16 de setembro de 1914, Lupicínio Rodrigues é considerado o criador do estilo “dor-de-cotovelo”, marcado por letras que retratam desilusões amorosas com intensidade poética.
Entre suas composições mais famosas estão “Felicidade”, “Nervos de Aço” e “Se acaso você chegasse”, eternizadas por grandes intérpretes da música nacional.
Sua carreira começou cedo, aos 14 anos, com a música “Carnaval”. Além de compositor, o gaúcho também se destacou como homem boêmio, dono de churrascaria e autor do hino do Grêmio. Ao longo da vida, deixou cerca de 150 canções. Morreu em 27 de agosto de 1974, aos 59 anos, vítima de complicações cardíacas.
Pixinguinha: o pai do choro moderno
Pixinguinha, nome artístico de Alfredo da Rocha Vianna Filho, nasceu no Rio de Janeiro em 4 de maio de 1897 e se tornou um dos maiores expoentes da música brasileira. Maestro, flautista, saxofonista, compositor e arranjador, ele é considerado o grande responsável pela consolidação do choro como gênero musical e pela formação da moderna Música Popular Brasileira.
Entre suas obras imortais estão “Carinhoso”, “Rosa” e “Lamentos”. O legado é tão forte que o Dia Nacional do Choro, celebrado em 23 de abril, homenageia sua memória.
Pixinguinha iniciou a carreira ainda jovem, incentivado pelo pai, e integrou o grupo Os Oito Batutas, que levou o choro para palcos nacionais e internacionais. Atuou também como arranjador na RCA Victor e escreveu trilhas para cinema. Faleceu em 17 de fevereiro de 1974, deixando uma contribuição decisiva para a música brasileira.