Se há um nome na lista de indicados ao Oscar de Melhor Filme deste ano que define a palavra “cinema”, é “Avatar: Caminho da Água”. Quem assiste a produção consegue ver que foi tudo pensado para a telona. Do início ao fim: desde a tecnologia avançada das câmeras usada para as gravações até o incrível áudio das cenas passadas debaixo d’água. A mensagem de James Cameron é clara e objetiva: vá ao cinema!
O segundo filme da franquia mostra um Jake Sully líder de seu povo e um pai de família que deseja proteger seus entes da melhor maneira possível. Diferentemente do que aconteceu no longa de origem, aqui ele tem que dividir seu protagonismo com outros personagens.
As duas filhas são adoráveis, com destaque para a fofura de Tuk e a complexidade de Kiri. Os dois filhos vivenciam situações que muitas famílias se identificam: dois garotos buscando a aprovação e admiração do pai a todo instante. Neteyam, com sua responsabilidade de filho mais velho e Lo’ak, com sua impulsividade e curiosidade formam uma dupla de irmãos que se amam, mas tem suas desavenças.
Como disse no início, James Cameron fez um filme para cinema, um filme para mostrar grandes efeitos visuais, belas imagens e levar o público à uma imersão em Pandora. O mesmo que aconteceu em “Avatar”. Mas, assim como aconteceu no primeiro filme, o roteiro deixa muito a desejar.
Tenho a impressão de que o diretor prefere fazer o “arroz com feijão” quando o assunto é narrativa e deixar o empenho e toda a novidade para a parte estética. Isso faz a sequência ser ruim? De jeito nenhum! Realmente valeu a pena esperar 12 anos para ver Pandora novamente. Mas, não dá pra negar que uma narrativa melhor trabalhada deixaria o filme ainda mais rico e os fãs mais felizes e satisfeitos.