A população mundial está vivendo cada vez mais e o Brasil enfrenta um grande desafio com isso. Os brasileiros estão envelhecendo rapidamente, antes que o país tenha se tornado um lugar mais justo para se viver. Segundo Alexandre Kalache , que é presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil, esse cenário preocupa, pois o envelhecimento ocorre em um contexto de desigualdade e falta de estrutura.
Como consequência, muitas pessoas vivem por mais tempo em condições precárias, sem recursos para suprir suas necessidades básicas ao longo da vida e principalmente na velhice. Esse quadro, segundo Kalache , é alarmante e exige políticas públicas voltadas para os idosos. Ele destaca, no mínimo, a necessidade de cumprir o estatuto do idoso, que já está aí há mais de 20 anos. Além disso, ele defende a criação de mais instituições públicas de longa permanência para idosos. E questiona o tabu da institucionalização.
Kalache aponta que a obrigação de cuidar dos mais velhos geralmente recai sobre mulheres e famílias com poucos recursos, o que pode ser insustentável. A única forma de lutar contra o estigma é esclarecer para população: “não tenha vergonha. Se você precisar institucionalizar essa pessoa mais idosa, é porque você não está conseguindo mais”, afirma Alexandre Calasse, que é uma das maiores referências brasileiras e mundiais sobre envelhecimento e longevidade.