28/07/23
Redação e Imagem: Divulgação/ PBH
A Biofábrica de Joaninhas da Prefeitura de Belo Horizonte foi tema de um estudo de caso publicado pela organização mundial Metropolis, em plataforma on-line dedicada a apresentar programas, projetos e políticas bem-sucedidas de desenvolvimento urbano sustentável. A experiência com os insetos começou em 2018 em Belo Horizonte, com objetivo de produzir em massa insetos que fazem o controle biológico de pragas em áreas verdes e hortas urbanas, sem demandar o uso de agrotóxicos ou pesticidas. As joaninhas e crisopídeos podem combater, de forma natural, populações de organismos indesejáveis em hortas, jardins, pomares e arborizações. Elas são insetos carnívoros que comem pragas como lagartas, pulgões e moscas brancas.
Instalada na Casa Amarela, no Parque das Mangabeiras, a biofábrica funciona como um laboratório onde os insetos são criados com dieta e temperatura controladas. Eles são alimentados e colocados para acasalar e os ovos e larvas recebem cuidados para completar o ciclo até atingir a fase adulta.
A princípio, os organismos produzidos começaram a ser utilizados na cidade, na recuperação de serviços do ecossistema em ambientes urbanos, gerando produção de alimentos, matérias-primas, renovação de recursos hídricos, beleza cênica, redução de poluição, entre outros. Depois, passaram a ser entregues sob demanda popular, de forma que quem se interessar por adquirir os kits pode se inscrever, por meio do Portal de Serviços, no site da PBH e fazer a retirada.
Não é a primeira vez que Belo Horizonte é reconhecida pelo projeto da biofábrica: este caso de sucesso já foi pauta em painéis da FutureCom – evento internacional de inovação; concorreu por 3 vezes consecutivas ao World Smart City Awards, saindo finalista de todas as edições; e participou, em 2019, de um intercâmbio científico na cidade de Caen, na França, para tratar dos resultados de sua implantação por aqui. Além disso, ela inspira projetos de sustentabilidade ao redor do país, recebendo visitas de técnicos que têm o interesse de multiplicar a ideia para outros lugares, criando suas próprias biofábricas de insetos.
Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Zé Reis, este é o principal legado que a iniciativa tem deixado ao longo da existência. “Quando somos reconhecidos por uma organização mundial, enxergamos que o nosso projeto não tem fronteiras e, além disso, que temos uma grande oportunidade de realizar conexões com outras cidades – passando um pouco da experiência desse processo de construção em Belo Horizonte, com os êxitos e desafios. Através desta troca, estamos inspirando outros grupos e permitindo que os territórios deles também possam desenvolver políticas sustentáveis”, afirma.