Olivia Cooke, estrela de “A Casa do Dragão” e da série “A Namorada Ideal”, ressaltou o papel essencial dos coordenadores de intimidade na produção de cenas sensuais. Em entrevista ao The i Paper, publicada nessa terça–feira (9/9), a artista destacou o preconceito que atrizes enfrentam por estabelecerem limites em cenas de sexo.
Na entrevista, Cooke enfatizou que cenas de sexo colocam atores — especialmente mulheres e iniciantes — em posições “realmente precárias e vulneráveis”. Isso porque, segundo ela, os artistas que estão começando podem não ter vocabulário para expressar o que consideram desconfortável.
Sem a presença de um coordenador, as atrizes podem ser injustamente rotuladas como “difíceis” ou até “bitches”, conforme disse Olivia, por simplesmente afirmarem seus limites.
Ela destacou, ainda, que os bons coordenadores de intimidade “percebem a hesitação e se tornam a sua voz”, ajudando os atores a se sentirem protegidos durante cenas mais delicadas.
Para Cooke, mostrar paixão na tela é importante e faz parte da experiência humana, mas isso não deve acontecer às custas do bem-estar dos intérpretes. Como explicou, uma cena de sexo nunca deveria deixar a sensação de que um pedaço da pessoa foi retirado ou usado de forma indevida.
Cooke também recordou uma cena de natureza mais crua e visceral que participou em “A Casa do Dragão”, mas que acabou sendo cortada. A atriz descreveu-a como “bagunçada para caramba” e “animalística” — uma forma de expressão que, para ela, era divertida de filmar, apesar de não acrescentar ao desenvolvimento da personagem, segundo o showrunner Ryan Condal.
Apesar do desapontamento, Olivia se disse aliviada com o resultado final da série, no qual as cenas íntimas da personagem Alicent foram abordadas de forma pensada e que não pareciam gratuitas, mas sim integradas à trama.
Coordenação de intimidade
A função do coordenador de intimidade tem ganhado destaque após o movimento #MeToo, especialmente em produções que envolvem nudez ou cenas sensuais.
Conforme definição publicada pela própria indústria, esse profissional atua como “advogado, elo entre atores e produção, e coreógrafo de movimentos em cenas íntimas”, garantindo que todos compreendam o contexto e respeitem os limites acordados.
A presença desses profissionais se consolidou como padrão de segurança e responsabilidade nos sets — postura que Olivia Cooke claramente apoia ao afirmar que sua segurança e clareza ao filmar cenas íntimas seriam inviáveis sem essa mediação.