Lúcia começou sua carreira no magistério quando a tecnologia disponível era o stencil e o mimeógrafo. Bons tempos, brinca, sorrindo, ao lembrar que voltava para a sala de aula com o cheiro de álcool nas folhas e as mãos azuis do stencil.
Ela sempre teve um ótimo relacionamento com os alunos, mas me contou algo que também percebo na minha própria trajetória como professor. Parece que é só com o tempo e uma legião de ex-alunos que vem o verdadeiro retorno do que se plantou.
Não é raro ser abraçado em encontros casuais quando ex-alunos lembram com carinho das suas aulas. Já foi homenageado em festas de turmas formadas há décadas.
E, vez ou outra, um pai ou mãe a apresenta os filhos como a melhor professora que já tiveram. Lúcia lembra que, quando estava em sala, às vezes duvidava se estava realmente contribuindo para a vida daquelas pessoas.
Hoje, tantos anos depois, vem a certeza. Ela deixou no coração e na mente daquelas pessoas tudo o que ela podia.
E, como diz Tom Connellan, autor do livro “Nos Bastidores da Disney”: “Posso não ser o melhor jogador, mas joguei com o coração”. Feliz dia dos professores a todos os educadores deste Brasil.