Hoje a gente finaliza a conversa sobre o arquiteto Liu Jiakun, falando do aspecto atemporal e também sustentável do que esse chinês vencedor do Pritzker desse ano faz.
O trabalho do Jiakun, em vez de recorrer a ornamentação excessiva, busca realçar a beleza dos materiais que ele utiliza. Daí, ele cria estruturas que envelhecem com elegância e exigem manutenção mínima. Olha a sustentabilidade aí. Mas tem um fato mais interessante sobre sustentabilidade na carreira do Jiakun que merece destaque.
Eu estou falando do que eles chamam de tijolos renascidos, algo que foi desenvolvido após o terremoto de Sichuan em 2008. Ao invés de de descartar os escombros das construções destruídas, o Jiakun os transformou em um novo material de construção, conferindo-lhes uma nova vida e significado.
O processo envolveu a coleta e fragmentação dos destroços, que foram então misturados a fibras de palha de trigo e cimento para criar um composto resistente. Após a moldagem e cura, os tijolos resultantes foram incorporados a diversos projetos objetos como o Museu Shuijinfang, em Shengdu e o Campo Novartis em Shanghai.
Mais do que uma solução técnica eficiente, esses tijolos simbolizam a capacidade da arquitetura de reconstruir não apenas espaços físicos, mas também a memória e a identidade de uma comunidade tornando-se um símbolo de resiliência e sustentabilidade na arquitetura.