04/10/2023
Redação: Vitor Viterbo
Imagem: Nobel.org / Divulgação
O Prêmio Nobel em Química de 2023 foi para os pesquisadores em nanotecnologia,Moungi G. Bawendi, Louis E. Bruse Alexei I. Ekimov, pelas suas descobertas, síntese e desenvolvimentos sobre as pequenas partículas usadas na construção dos monitores de computadores, televisores e demais dispositivos com telas baseadas na tecnologia chamada de QLED, já presente no nosso cotidiano em algumas marcas como a Samsung e a TCL. Essas partículas são chamadas de pontos quânticos (em inglês,quantum dots). A criação dos pontos quânticos foi obtida por Ekimov e por Brus em trabalhos independentes e, na sequência, Bawendi otimizou a produção química dessa tecnologia.
Moungi G. Bawendi trabalha no Massachusetts Institute of Technology (MIT), Cambridge, MA, USA, Louis E. Brus na Columbia University, New York, NY, USA e Alexei I. EkimovnaNanocrystals Technology Inc., New York, NY, USA.
A utilidade dos pontos quânticos vai além, em Medicina, podem ser utilizados pelos profissionais da área para mapear órgãos de pacientes à procura de tumores. A bioquímica também pode usufruir desse avanço científico.
Na nanotecnologia as partículas têm dimensões da ordem de um bilionésimo de metro (um nanômetro, 1 nm), o vírus da rubéola mede cerca de 40 nm. Essa comparação mostra o grau de refinamento dos trabalhos nessa área. Na nanoescala as propriedades dos elementos podem mudar, o que leva ao trabalho com a mecânica quântica e exige do pesquisador a capacidade de trabalhar com a interdisciplinaridade. Isso justifica um Prêmio Nobel de Química com aspectos de Física, Medicina e Eletrônica.
Pesquisadores esperam que no futuro os pontos quânticos possam ser usados na produção de dispositivos eletrônicos flexíveis, com inúmeras aplicações, células solares mais eficientes e compactas, sensores em miniatura, na computação quântica envolvendo proteção de dados e criptografia em comunicações. Isso é só o começo da exploração desse potencial. No Brasil existem muitos pesquisadores trabalhando com a nanotecnologia com alta relevância, como na UFMG e na UFSC.