Quem passa pelas ruas de Belo Horizonte já consegue perceber a mudança nas lojas à espera de uma das épocas mais importantes do ano para o mercado: o Natal. Entre árvores, papais noéis, pisca-piscas e outros adornos, a capital mineira já começou a ganhar as cores natalinas.
Há 20 anos em funcionamento, a Estrada Real Decorações conta com sete unidades e é uma das referências na cidade quando o assunto é decoração de Natal. Não por acaso, a loja contou com toda uma logística para se transformar para esta época.
Alexander Alfredo da Silva, gerente de projetos da Estrada Real, detalha que durante o ano a loja funciona de acordo com as datas especiais, como Páscoa, primavera, dia das mães e, agora, o Natal. Segundo ele, é um trabalho incessante para se transformar para as datas, mas que funciona.
“É um mega trabalho. Realmente não é fácil. Para transformar a loja a gente reestrutura a equipe para fazer essas mudanças. A gente tem um apoio da logística, com um galpão, onde a gente consegue fazer essa transição de mercadorias, guardar as de Natal que sobraram e trazer novamente as outras, os adornos, as flores e folhagens, e conseguir fazer essa mudança geral. Essa mudança acontece no horário de trabalho padrão, então é um trabalho bem incessante, mas funciona”, conta o gerente.
Transformação das lojas é trabalhosa
Outra loja que também se muda por completo para o natal é a Casa Maia, que funciona em dois pontos, e tem um deles destinado apenas para as decorações natalinas. Cristina Maia, sócia-proprietária do local, destaca o trabalho árduo e intenso para a maior época de vendas do ano.
“Um trabalho enorme, não é fácil. São dois negócios em um só. Eu tenho um ponto que eu fico o ano inteiro trabalhando com a decoração de casa, adornos, móveis, casa. E agora chega outubro, eu transformo o ambiente todo em decoração de Natal, que é o negócio mais forte”, afirmou Cristina.
O trabalho duro, no entanto, é recompensado no caixa. Para 2024, a Estrada Real espera algo em torno de 20% a mais nas compras em novembro em dezembro na comparação com o mesmo período do ano anterior, assim como a Casa Maia, que espera um aumento de 10% nas vendas.
Organização é fundamental
Para ter esse resultado, claro, a preparação precisa ser muito bem feita e detalhada, como afirma Gustavo Batista, sócio da empresa Gujoreba, que afirma que a organização para o Natal começa já em fevereiro, com quase um ano de antecedência.
“A preparação começa desde o início do ano. As compras para o Natal de 2024 nós começamos a comprar em fevereiro, março. É um movimento bem maior e todo ano tem novidades, muito produto novo e as pessoas estão dispostas a gastar né. São presentes, tem o famoso amigo oculto, tanto empresa quanto em família, uma lembrancinha para um colega de trabalho, então isso pode gerar até de três a cinco vezes um faturamento maior que em um mês normal do ano”, destaca Gustavo.
No entanto, se engana quem pensa que as vendas acabam apenas em dezembro. A mudança para sair do clima natalino e “voltar a normalidade”. Na Casa Maia, por exemplo, as vendas continuam até fevereiro, com promoção dos itens que não foram vendidos. De acordo com a sócia-proprietária, as vendas continuam até que, de fato, os produtos acabem e, aí sim, a loja volta a sua programação para o restante do ano.
Apesar do tempo de venda, o consenso entre todas as lojas é um só: não deixar de comprar de última hora é fundamental. Afinal, quanto mais perto vai chegando do Natal, menos produtos e diversidade há nas lojas. Ou seja, compre com antecedência para não sofrer perto da data mágica.