O filme “O Lugar da Esperança” conta a história de uma mulher que foge do ex-marido abusivo com as suas duas filhas pequenas. Sem casa, sem rumo, ela vive em um hotel pago pelo governo e precisa, mesmo contra sua vontade, deixar as duas filhas com o pai, um agressor disfarçado de bom moço.
E como tantas mulheres, ela escuta frases que machucam demais: “Você não é nada sem mim”. “Ninguém lá fora gosta de você de verdade”. Feridas invisíveis causadas por uma violência silenciosa, o abuso psicológico. Diante da juíza, essa mãe faz uma pergunta que ecoa: “Por que sempre me perguntam por que eu não fui embora? Por que me perguntam por que eu não saí de casa e nunca perguntam para ele por que ele nunca parou?”
Mas o filme vai além da dor. Ele mostra a força da solidariedade, o poder do afeto e a esperança que renasce com o apoio de pessoas que enxergam e acreditam. Ela decide reconstruir a sua vida, construir sua própria casa com as próprias mãos.
E assim vai erguendo muito mais que paredes. Vai buscando a sua dignidade, seu recomeço e a chance de um novo lar.
Porque quando a dor encontra acolhimento, não é fácil, dói, dói de fato. Mas nasce algo poderoso que é a esperança. O filme chama “O Lugar da Esperança”.