
O head e diretor de marketing da Nokia Brasil e da Conesul, Felipe Garcia é o convidado do Conecta Mente dessa segunda–feira (7/4). O especialista contou a história da Nokia, que começou como uma fábrica de papel e tornou–se uma das maiores empresas do mundo, levando hoje a rede 4G até a Lua, em conjunto com a Nasa.
Neste ano, a empresa completa 160 anos de uma trajetória que começou com papel, borracha, pneu, galochas, cabos, produtos eletrônicos, até chegar no famoso “Nokia Tijolão”. A marca parou de fabricar os aparelhos em 2014. Atualmente, ela fabrica redes de conexão, como fibra ótica, 4G, 5G, entre outras.
“Nos últimos 25 anos, nós investimos mais de 150 bilhões de euros. Para fazer uma comparação rápida, isso equivale a reformar o Mineirão 600 vezes da maneira que ele foi reformado, há 10 anos. É muito investimento para financiar pesquisa e desenvolvimento. E através disso nos permitiu, junto com o Bellabs, conquistar 10 prêmios Nobéis e até um Oscar”, contou o head da Nokia Brasil.
Mesmo sem os celulares, Nokia está presente
A Nokia trabalha com diversos tipos de tecnologia, como laser, transistor, linguagens de programação, entre outras. “A primeira vez que foi lançado um satélite para transmitir voz, vídeo e televisão, na década de 1960, foi desenvolvido pela Nokia Bellabs”, relatou Garcia.
Muitas pessoas podem não ter ideia de onde a marca está presente, devido à sua versatilidade. Segundo Felipe, a Nokia está nas redes de comunicação 5G, na banda larga e até nos modens. “Estamos presentes na vida de muitas empresas através de redes específicas que nós construímos para essa empresa, para que ela possa fazer as suas operações”.
“Um exemplo em Minas Gerais vem da própria Vale, que tem minas que utilizam as redes celulares da Nokia para monitorar a operação”, acrescentou o head da Nokia Brasil.
Nokia vai à lua
Atualmente, a marca trabalhar em um projeto de ida à lua, visando a questão fundamental da comunicação em futuras missões espaciais. “Porque os astronautas não só precisarão se comunicar entre si, mas também terão que controlar voz, fazer um controle de dados, uma série de aplicações de monitoramento de sensores”, explica Felipe.
E acrescenta: “E aí a gente está implementando uma rede LTE 4G. Muita gente pode perguntar, ‘por que 4G e não 5G?’. Porque o 4G já está maduro, nós conhecemos bem as propriedades dele. Se é para levar alguma coisa que funcione, tem que ser algo que funcione bem e que nós dominamos muito bem”.
Ainda de acordo com Felipe, são necessários anos de testes para que tudo ocorra bem. Eles levam em consideração, por exemplo, a temperatura na lua, que pode variar de – 100 ºC a 200 ºC. Dessa forma, a Nokia precisa ter uma rede e equipamentos preparados para isso.
“É um projeto longo. São cinco dias de viagem até o espaço, mas o momento mais crucial são os 10 minutos iniciais, porque é o momento quanto os foguetes são ligados, os propulsores são iniciados e treme tudo. Então se o equipamento não tem tudo firme, hermeticamente selado, dificilmente ele vai chegar na lua”.
Felipe Garcia também falou sobre como funciona a comunicação com o consumidor final em uma empresa que tem seus produtos “escondidos”, além de citar quais são as maiores dificuldades da Nokia atualmente. O episódio completo está disponível no nosso Spotify (ouça abaixo) e no canal de YouTube Multiprosa. Acompanhe trechos da conversa nas redes sociais da Rádio CDL FM.