Morreu nesta terça-feira (4/3), aos 87 anos, o escritor e poeta Affonso Romano de Sant’Anna, uma das vozes mais influentes da literatura brasileira contemporânea. Natural de Belo Horizonte, Affonso consolidou uma trajetória marcada pela poesia, pela crônica e pelo engajamento intelectual, deixando um legado expressivo com mais de 60 livros publicados ao longo de seis décadas.
Entre seus trabalhos estão “Que País é Esse?”, “O Canibalismo Amoroso”e três volumes de poesias e crônicas reunidas.
A literatura foi sua bússola desde cedo, mas seu caminho começou de forma inesperada. Criado em uma família protestante, seus pais esperavam que ele seguisse a vocação pastoral. No entanto, ao decidir trilhar a jornada das palavras, viveu intensamente o ambiente cultural de Minas Gerais nos anos 1950, estudando Letras na UFMG.
No Rio de Janeiro, cidade onde passou a viver a partir dos anos 1970, Affonso Romano de Sant’Anna expandiu sua atuação para o ensino e a crítica literária, dirigindo o Departamento de Letras da PUC-Rio e lecionando em universidades dos Estados Unidos, Alemanha, Portugal e França.
Entre 1990 e 1996, presidiu a Fundação Biblioteca Nacional, onde foi um dos responsáveis pelo Programa Nacional de Incentivo à Leitura (ProLer), que permanece ativo até os dias de hoje.
Seu nome também está profundamente ligado à crônica jornalística. Escreveu para veículos como “Jornal do Brasil”, “O Globo”, “Estado de Minas” e “Correio Braziliense”, refletindo sobre o Brasil, a cultura e a política.
Affonso Romano de Sant’Anna era casado desde 1971 com a também escritora Marina Colasanti. Sua morte ocorre pouco mais de um mês após a partida de Marina, em janeiro deste ano. Deixa a filha, Alessandra Colasanti, e o neto Nuno.
O velório será realizado nesta quarta-feira (5/3), das 11h às 14h, na Capela Histórica do Cemitério da Penitência, no Rio de Janeiro. (Com agências)