Marisa Monte é uma daquelas cantoras cujo trabalho transcende gerações. Desde os seus dias de “MM”, no fim da década de 1980, até a famosa “Velha Infância”, com os Tribalistas, a obra da artista conquistou Millennials e tem conquistado os Gen Zs apaixonados pela delicadeza da MPB. Aos 58 anos, Monte vai embarcar em mais uma turnê pelo Brasil, com passagem por BH, ao lado de uma orquestra sinfônica, apresentando uma nova roupagem de sua discografia.
Nascida no Rio de Janeiro, Marisa de Azevedo Monte é uma canceriana que escolheu o canto e a composição como ofício. Possui 16 discos lançados, entre álbuns ao vivo e de sua participação no grupo Tribalistas. É uma das artistas musicais brasileiras que mais vendeu cópias, já fez 11 turnês e venceu o Grammy Latino cinco vezes, incluindo Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro.

Primeiros passos
Durante a infância, Marisa Monte estudou canto, piano e bateria. Aos 14 anos, começou a fazer canto lírico e, em 1982, fez parte do musical “The Rocky Horror Show”, dirigido por Miguel Falabella. No ano seguinte, esteve no musical “Azul”, de André Di Mauro, e recebeu uma proposta de Roberto Menescal para gravar um disco, mas acabou recusando.
Aos 18 anos, a artista gravou oficialmente sua primeira música em estúdio para o filme “Tropclip”, intitulada “Sábado à Noite”. Com 19, Monte estava fazendo Música na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), porém largou o curso e mudou–se para Roma, na Itália, para estudar belcanto, durante dez meses.
Em terras italianas, Marisa começou a se apresentar em bares e casa noturnas cantando música brasileira junto com amigos. Dessa forma, a artista conheceu o produtor musical Nelson Motta, que veio a tornar–se o diretor de seu primeiro show no Rio de Janeiro, após seu retorno ao Brasil, em 1987.
Primeiro sucesso entre o público
Mesmo com nenhum disco gravado, o que fez com que as casas noturnas do RJ e de SP duvidassem da cantora, o show Veludo Azul foi sucesso de público e crítica e despertou o interesse das gravadoras. A TV Manchete convidou Marisa Monte para gravar seu primeiro especial, o “MM”, que foi lançado nos formatos LP e VHS, em 1989.
O projeto rendeu o primeiro sucesso de Monte, “Bem Que Se Quis”, reproduzida intensamente nas rádios e parte da trilha sonora da novela “O Salvador da Pátria”. O álbum comercializou aproximadamente 700 mil cópias, um grande número para uma artista estreante. A partir daí, Marisa embarcou na elaboração de uma discografia autoral elogiada e bem-sucedida comercialmente.

Sucesso comercial
“Mais” (1991) e “Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-Rosa e “Carvão” (1994), os dois primeiros discos gravados em estúdio da artista, logo após “MM”, consolidaram a carreira da cantora. A PMB (Pro-Música Brasil) certificou o primeiro como platina 2x, e o segundo, como ouro.
O quarto projeto de estúdio da cantora chegou com tudo: “Memórias, Crônicas e Declarações de Amor”, lançado em 2000, é o maior sucesso comercial da carreira solo de Marisa Monte. O álbum foi número 1 nas paradas brasileiras, vendeu mais de um milhão de cópias e recebeu certificado de diamante da PMB.
A música “Amor I Love You”, principal single do disco, tornou–se uma das músicas solo mais populares da artista e uma das mais ouvidas no Brasil em 2000. Por causa do projeto, Monte ganhou seu primeiro Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo. O álbum reinventou a MPB contemporânea e deu início a uma parceria de sucesso entre Marisa, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown.
Sucesso de ‘Tribalistas’
O trio decidiu, então, lançar um projeto em 2002, intitulado “Tribalistas”, outro grande sucesso comercial para a carioca. O álbum vendeu mais de 3 milhões de exemplares, recebeu certificações de vários lugares do mundo, inclusive o de diamante pela PBM. Os singles “Já Sei Namorar” e “Velha Infância” são os grandes carros-chefe desse trabalho.
Em 2006, Marisa Monte seguiu com a boa maré em seu trabalho musical, lançando simultaneamente dois álbuns de estúdio: “Infinito Particular” e “Universo ao Meu Redor”, sendo o último um projeto com profunda pesquisa do samba carioca. A PMB certificou os dois discos como ouro, e o primeiro foi considerado pelo The New York Times como o segundo melhor trabalho musical daquele ano.
O álbum “O Que Você Quer Saber de Verdade” veio em 2011, outro sucesso de crítica e vendas da artista. Com esse trabalho, a cantora teve outros dois hits, “Ainda Bem” e “Depois”. Durante toda a sua carreira, a cantora vendeu cerca de 15 milhões de discos no mundo inteiro, e dois deles figuraram na lista de 100 melhores álbuns brasileiros da Rolling Stone.
Prêmios e reconhecimentos
Marisa Monte também se destaca em termos de reconhecimento ao seu trabalho. Além do Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo, a artista venceu outras categorias, como Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro, Melhor Álbum de Samba/Pagode, Melhor Álbum de Música Popular Brasileira e Melhor Canção em Língua Portuguesa.
Coleciona na estante, também, sete prêmios Video Music Brasil, nove Prêmios Multishow de Música Brasileira, cinco APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e seis Prêmio Tim de Música. No ano passado, a cantora recebeu o título de doutora honoris causa da USP (Universidade de São Paulo), sendo a terceira mulher da história da instituição a receber a homenagem.
Turnês
Outra parte marcante da carreira da artista foram suas turnês, tendo feito 11 no total, desde 1987. Depois das temporadas de “Veludo Azul Tour” no Rio de Janeiro e em São Paulo, no fim da década de 1980, Marisa Monte embarcou em uma sequência de 250 shows, durante um ano e meio, após o lançamento de seu segundo álbum, o “Mais”.
Entre 1994 e 1998, a cantora fez turnês de seus discos “Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-Rosa e Carvão” e “Barulhinho Bom – Uma Viagem Musical”. Após lançar o “Memórias, Crônicas e Declarações de Amor”, em 2000, Monte embarcou em uma nova turnê mundial, iniciada em Curitiba e com um total de 150 shows.
Após cinco anos, Marisa deu início a uma nova série de shows mundiais, a turnê “Universo Particular”, que durou quase dois anos. O projeto rendeu o documentário “Infinito ao Meu Redor”, um registro do período em que a artista trabalhou nos últimos álbuns daquela época, bastidores de viagens, registros dos shows, entre outros materiais.
Non stop
Em 2012, a cantora fez mais um retorno aos palcos para outra turnê mundial, “Verdade, Uma Ilusão”, com um repertório de novos e velhos sucessos. Após 116 shows, a série de apresentações terminou em dezembro de 2013. No ano de 2017, a artista se juntou a Paulinho da Viola para uma série de shows juntos.
Marisa Monte voltou a dividir o palco com seus parceiros criativos em 2018, na Tribalistas Tour (ao lado, claro, de Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown). Essa foi a primeira série de shows mundiais do grupo, que se recusou a entrar na estrada em 2002, quando lançaram seu primeiro álbum juntos.
De 2022 a 2023, Monte fez a “Portas Tour”, referente ao seu mais recente disco, “Portas”. Passou por diversos estados do Brasil, além de outras localidades da América Latina, Estados Unidos e Europa. Sua última turnê foi a “MM 2024 World Tour”, focada no público internacional.
Marisa Monte: ‘Phonica’
Agora, Marisa irá embarcar em mais uma aventura pelos palcos com a turnê “Phonica”, cujo primeiro show será em Belo Horiozonte. As apresentações da cantora serão acompanhadas de uma orquestra sinfônica com 55 músicos selecionados, com regência do maestro André Bachur.
A turnê passará por outras cinco cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Brasília e Porto Alegre. O show em Belo Horizonte ocorrerá no Parque Ecológico da Pampulha. As vendas abrirão em breve, no site da Tickets For Fun.
“Ao longo dos anos, tive algumas chances de cantar com orquestras, tanto no Brasil quanto no exterior. Foram experiências extraordinárias, emocionantes e inesquecíveis. A interação entre os músicos no palco, a complexidade dos arranjos e a combinação de técnica com a emoção fizeram desses concertos experiências verdadeiramente mágicas”, declarou a cantora.