
Estudos apontam que 76% dos consumidores preferem marcas que proporcionam experiências personalizadas. É o caso da Love Gifts, franquia de presentes exclusivos criada por Fábio Farias. No Conecta Mente dessa segunda–feira (12/5), o CEO e fundador contou a história da empresa, os pilares de seu sucesso e o valor emocional embutido em produtos únicos.
Farias relembrou o início de sua trajetória profissional, que começou aos 8 anos vendendo lápis na escola. Contrariando o desejo da mãe, que queria que ele fosse doutor, o CEO brincou que ouvia a palavra “vendedor”. “Vendi cartão telefônico, vendi CD e DVD; me formei em Marketing e em Geografia”, contou Fábio.
“Abri uma empresa de cartuchos de impresso, deu muito certo. Depois, fui para telefonia, tive uma operação grande, mas, nem tudo do empreendedor é sucesso e essa operação não deu certo. Tive que começar do zero e fui ser executivo de fronteira, que na verdade é um nome bonito para muambeiro”, brincou.
Inspiração na Disney
Durante esse período, O CEO da Love Gifts comprava produtos nos Estados Unidos para revender no Brasil. Ele contou que vivenciou muito o Disney World e notou que os parques são apegados à emoção, desejo e personalização.
“Toda vez que você saía de um brinquedo na Disney, você caía em uma loja, e essa loja tinha o nome ‘Gifts’, que é ‘presente’ em inglês. E eu disse ‘poxa, que coisa legal isso aqui’. Onde eu andava nos Estados Unidos, numa loja, num restaurante, numa lanchonete, tinha produtos desse local para vender”.
E foi daí que surgiu a ideia de criar uma loja que vendesse presentes de acordo com o perfil dos clientes. “Eu criei, em 2014, a Love Gifts em Campina Grande. Ela já tem mais de 10 anos e quando abriu foi um sucesso”.
“Independente de um negócio ser franquia ou não, você pode fazer com muito detalhe, com muita experiência, ter um perfume próprio, uma música que toca, uma embalagem interessante, um pós–venda, não importa o que você vende, se é produto ou serviço, você pode fazer bem feito”, aconselhou Farias.
Sucesso e crescimento orgânico
Quando a primeira loja da Love Gifts começou a dar certo, Fábio teve uma virada de perspectiva a respeito do negócio. “Eu tinha só um valor para investir, não podia dar errado porque eu já vinha de um negócio que deu errado, e foi um sucesso. Então eu senti que aquilo ali era um negócio promissor e me dediquei”.
“O negócio depende de uma única coisa: dedicação. Quando a pessoa vem comprar uma franquia minha, eu digo, ‘você tem tempo para se dedicar? Se não tem, não entre’. Não tem milagre, não tem receita sem esforço”, pontuou o empresário.
Quando a Love Gifts chegou a nove lojas franqueadas, surgiu a pandemia e as vendas diminuíram. Com isso, Farias teve a ideia de fazer uma franquia home based (baseado em casa). “Na pandemia isso viralizou. A gente saiu em uma reportagem do Pequenas Empresas & Grandes Negócios da Globo e a marca fez sucesso, eu vendi mais de 30 franquias no mês”.
“Num momento de grande dificuldade, eu saio com uma ideia e essa ideia me projeta a alcançar coisas que eu não imaginava. Então isso é do empreendedor. A gente fala muito nisso hoje, em criar canais de venda. Hoje não tem como você trabalhar só o virtual”, analisou Fábio.
‘Não existe milagre’
O CEO pontuou que, atualmente, os empreendedores buscam imediatismo e se recusam a estudar. “Eu recebo muitas pessoas da Geração Z querendo o imediatismo, o milagre dos negócios. E antes de a gente receber uma taxa de franquia, eu faço uma entrevista com 13 perguntas que é quase para a pessoa desistir, porque não existe milagre”.
“As pessoas às vezes querem ter um negócio, querem empreender, mas querem um retorno muito rápido, e hoje não existe mais isso. O mercado é muito competitivo, hoje tem muitas opções para se comprar de produto ou serviço, e a gente precisa ter isso em mente. Não dá para trabalhar pouco e querer ganhar muito”, completou Farias.
Segundo Fábio, atualmente se fala nos “4 C do Marketing”, que é custo, cliente, conveniência e comunicação. “Quando a gente pega uma base dessa para trabalhar dentro de uma empresa, nós conseguimos ter sucesso, mas não é imediato”.
“O médico estuda, o advogado estuda e o vendedor não quer estudar, o empresário não quer estudar. E não existe isso. Como qualquer outra profissão, tem que se dedicar a estudar. O mercado mudou, o cliente de hoje não é o cliente da época do meu pai, em que se tinha uma pessoa só que vendia aquele determinado produto”.
Fábio Farias também defendeu o uso das redes sociais por parte do CEO, destacando Instagram, YouTube e LinkedIn. Falou também sobre o valor emocional dos produtos, que estão na personalização e na exclusividade. O episódio completo está disponível no nosso Spotify (ouça abaixo) e no canal de YouTube da Rádio CDL FM. Acompanhe trechos da conversa nas redes sociais.