Além da trajetória política, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, morto nesta quarta-feira (26/3), também demonstrou sua paixão pela poesia e pela escrita. Mineiro de Belo Horizonte, ele se revelou romancista e lançou três livros que compilam as histórias do imaginário construído desde os tempos de menino. Uma das marcas mais evidentes na escrita do também economista é o uso do linguajar nativo do povo do interior de Minas Gerais.
O amargo e o doce (2017)
Fuad publicou seu primeiro livro ainda em 2017. Em “O amargo e o doce”, Fuad explorou a relação entre um pai e um filho discordantes entre si. Enquanto o chefe da família, Coronel Leocádio, mandava nas redondezas sendo respeitado por todos, o herdeiro mais novo dele, Deocleciano, preferia as artes, a música e a poesia.
Os caminhos contrários de pai e filho dão o tom ao romance, que explora com escrita leve e instigante as características do povo mineiro. “O amargo e o doce” foi publicado pela Quixote-Do Editoras Associadas e pode ser encontrado para compra online.

Cobiça (2020)
Já em 2020, Fuad lançou o livro “Cobiça”, no qual narra a trajetória de Sueli. A personagem central viaja ao interior de Minas Gerais em busca de memórias de sua família. O livro leva o leitor a explorar junto da protagonista uma trama complexa e surpreendente, além das paisagens, cheiros e culinárias de Minas.
O livro “Cobiça” chegou a ficar no meio de uma polêmica, já que conta com trechos que descrevem casos de violência contra a mulher e trechos eróticos. À época do segundo turno das eleições de 2024, a obra virou alvo de críticas por parte de adversários políticos de Fuad, que tentavam usar a trama para desqualificar o então candidato à reeleição para a Prefeitura de Belo Horizonte.

Ao portal “Metrópoles”, Fuad Noman explicou que a obra foi tirada do contexto e disse que Cobiça se trata de um “livro de ficção, que não tem nenhuma relação com fatos reais, assim como tantos de outros autores”, descartando a polêmica.
Marcas do passado (2022)
A terceira obra assinada por Fuad foi “Marcas do Passado”, lançado em 2022 pela editora Ramalhete. No livro, o drama de Dirce conduz a narrativa. A personagem se vê aprisionada numa trajetória de violência e abuso e deseja superar as “marcas do passado” para viver sem a presença dos “fantasmas” que a atormentam.