A britânica Lily Allen lançou, nesta sexta-feira (24/10), seu quinto álbum de estúdio, “West End Girl”, primeiro em sete anos e marcado pela separação do ator David Harbour. O trabalho representa um mergulho íntimo na dor e na reconstrução após o fim de seu casamento.
“West End Girl” chega como o primeiro álbum da Lily Allen desde “No Shame”, lançado sete anos atrás. Produzido em parceria com seu diretor musical Blue May e equipe executiva composta por Allen, Seb Chew e Kito, o disco reúne 14 faixas gravadas em Los Angeles e finalizadas em Londres e Nova Iorque.
Em comunicado, a artista descreveu o álbum como “o mais vulnerável” de sua carreira, no qual buscou documentar sua vida numa nova cidade e os eventos que a levaram ao momento atual.
Contexto pessoal e artístico
A vida pessoal de Lily Allen foi o ponto de partida para o processo criativo desse álbum. Em entrevistas recentes, ela revelou que a escrita do disco foi uma forma de lidar com o colapso de seu casamento, no qual temas como traição, relacionamento aberto, instabilidade emocional e reconquista de si são o fio narrativo.
Em entrevista à Vogue, publicada na última sexta–feira (17/10), a artista afirmou ter entrado num período de tratamento e reflexão durante a gestação do álbum, que se tornou uma espécie de diário sonoro.
Características e sonoridade
Musicalmente, “West End Girl” mistura estilos diversos: do pop latino da faixa-título à eletrônica com elementos de dancehall e two-step em outras músicas. As letras possuem narrativa agressiva e detalhista sobre a degradação do vínculo conjugal e autoafirmação pós-ruptura.
No jornal The Independent, o álbum foi descrito como “uma obra-divórcio como nenhuma outra” pela forma explícita com que Allen aborda sua história. Para a crítica britânica do The Guardian, trata-se de um “exorcismo pessoal” em forma de pop, com melodias bonitas que contrastam com letras cortantes.
Significado e processo da artista
Na conversa com a Vogue, Lily Allen considerou “West End Girl” um ponto de virada, tanto pessoal quanto criativo. O álbum permitiu que ela colocasse suas “fissuras” à vista, transformando o sofrimento em arte com clareza e ironia.
No processo, ela registrou o que define como “uma mistura de fato e ficção”, pois reconhece que nem tudo corresponde literalmente aos eventos vividos. Esse equilíbrio entre autobiografia e elaboração artística dá ao álbum um caráter tanto íntimo quanto universal, em que qualquer pessoa possa se reconhecer.
Repercussão inicial
Apesar de recém-lançado, o álbum já atrai elogios por sua honestidade e ousadia. Críticos apontam que, mesmo com uma produção que às vezes remete ao pop de grande apelo comercial, o disco não evita abordar temas como traição e redefinição de identidade com coragem.
