Eu tenho em uma parede da minha casa três pequenas máscaras do artista Liebert Pinheiro. Na época, uma descoberta da minha filha, que os comprou pela internet porque se encantou logo de cara. E se a sua pegada é ser chique e elegante, posso te avisar que talvez você não vai gostar tanto do trabalho do Liebert, porque ele não é nada minimalista.
Natural da Paraíba, o artista construiu uma linguagem visual marcada pela presença de símbolos que falam de fé, festa, memória e pertencimento.
O eixo central do trabalho dele são as máscaras, que mais do que forma ou ornamento, funcionam como veículo narrativo e político, de uma forma de dar rosto a um Brasil invisibilizado profundamente rico em manifestações culturais e saberes populares.
E para o Liebert Pinheiro, resgatar tradições não é apenas preservar o passado, é afirmá-lo no presente.
Em um país onde a cultura popular frequentemente é marginalizada ou reduzida a folclore decorativo, a obra dele se posiciona como um gesto de resistência. Ele falou:
“O artista contemporâneo precisa ser ponte por meio da minha arte, eu quero provocar, reconectar, despertar pertencimento. O Brasil das feiras, dos cortejos e das histórias de quintal, ainda tem muito a ensinar”.
Pois é, gente, saiu uma matéria do Liebert Pinheiro na Casa Vogue. Eu tenho certeza de que muita gente que torcia o nariz quando via suas máscaras, agora com uma chancela dessas, vai passar a dizer que gosta. É isso, mundo vasto mundo, né?