O médico e psicanalista Leopold Nosek observa que os bons líderes são aqueles capazes de enxergar os conflitos e parar para pensar, em vez de reagir no impulso.
Ele diz que hoje há uma verdadeira epidemia de crenças superficiais, resultado de transformações sociais enormes que acontecem tão rápido que a alma não consegue acompanhar. Nesse cenário, explica Nozek, forma-se uma multidão de pessoas precarizadas.
Quando a vida se precariza, perde-se o horizonte. O emprego se torna incerto, o futuro dos filhos e dos netos parece mais distante e frágil.
E, diante disso, há dois caminhos possíveis: pensar a partir dessa realidade, criando alternativas e novas leituras, ou se agarrar à primeira tábua que aparece, como um afogado em meio à tempestade.
Para nós, é que a liderança verdadeira não está nas respostas prontas, mas na capacidade de refletir antes de agir, sustentar dúvidas e abrir espaços para as perguntas no mundo cada vez mais acelerado.
É nesse exercício de pausa e pensamento que podemos reconstruir horizontes e encontrar saídas mais humanas para as crises que nos cercam.