Aos 45 anos, o ator João Rebello, que marcou a memória de muita gente quando, ainda criança, já fazia novelas na Globo, foi encontrado morto em um carro, vítima de uma execução.
Mal tinham acabado de dar as notícias, e já surgiam comentários de que o jovem poderia ter algum envolvimento com o tráfico, de que aquilo ali seria um acerto de contas. Outros diziam que todo artista “mexe com essas coisas”, sugerindo o que poderia ter ocorrido.
As investigações indicam que esse assassinato teria sido cometido por engano, pois a verdadeira vítima pretendida pelos criminosos seria outra pessoa. Agora, irmã e mãe do ator choram a sua perda e lutam para que sua memória não seja vilipendiada.
Um grande amigo da área de comunicação, Carlos Parente, já dizia que bom senso não é senso comum. E, de fato, já passou da hora de entender que não cabe a nenhum de nós fazer julgamentos.
Quando eles acontecem, a dor da família e dos amigos pela perda é ampliada pela desinformação, pela maldade e pela falta de caráter de quem não percebe o quanto esse linchamento afeta a imagem de quem se foi e a vida dos que permanecem.
Como diz um provérbio chinês: “Duas mãos devem estar mais ocupadas que uma língua”, e um provérbio africano: “Quem põe navalha na boca, acaba cuspindo sangue”.