Quando um mineiro sai de Minas, faz sucesso e volta, o que acontece? Todo mundo faz a maior festa, né? Geralmente muito maior do que se ele fosse conhecido só entre as montanhas. E, quando um brasileiro faz sucesso em outro país e retorna, então nem se fala.
Pois é, eu fiquei pensando nisso quando eu li que está rolando uma exposição do arquiteto e designer Jorge Zalszupin na Polônia, onde ele nasceu. Zalszupin tem nome e carreira consagrados por aqui, especialmente pelo papel que teve na evolução do mobiliário brasileiro a partir de 1960. E, por lá, o trabalho dele é quase desconhecido mesmo entre quem trabalha na área.
A história de Zalszupin, resumidamente, é: ele deixou Varsóvia para fugir do Holocausto, estudou arquitetura na Romênia, trabalhou brevemente na França e chegou ao Brasil em 1949. Fincou raízes em São Paulo, onde virou Jorge, se naturalizou brasileiro, casou e teve duas filhas e criou dezenas de móveis e projetos de arquitetura. Zalszupin morreu na capital paulista em 2020, aos 98 anos.
Agora seu nome está de volta ao país natal, na exposição Warsaw – São Paulo – Warsaw, em cartaz em Varsóvia. Em um casarão dos anos 1920, a mostra reúne 34 peças do designer, além de desenhos e fotos de projetos espalhados por oito salas.
A organização é da Fundação Visteria, que promove internacionalmente o design e a arte da Polônia em colaboração com a brasileira ETEL, fabricante dos móveis de Zalszupin.
É a primeira mostra dedicada a ele no país e o objetivo é apresentar a produção dele e um pouco da vida dele também.
E aí fica a curiosidade: como será que os poloneses estão recebendo o trabalho de Jorge Zalszupin por lá? Eu, sinceramente, fiquei muito curiosa e quero saber detalhes e, quando eu souber, eu compartilho aqui com vocês, ok?