Com os dedos cruzados pelo Oscar deste domingo (2/3), o Brasil está na expectativa para que Fernanda Torres e Walter Salles tragam pelo menos um dos três troféus aos quais estão indicados a vencer na premiação. Enquanto a grande noite não chega, relembre os momentos em que o Brasil bateu na trave do Oscar.
Não é só de Fernanda Torres e Montenegro e “Central do Brasil” que o cinema nacional vive. Entre produções 100% brasileiras e coproduções, algumas delas já foram indicadas em categorias diversas do Oscar, como Melhor Canção Original, Melhor Documentário e até Melhor Filme.
Indicações do Brasil ao Oscar
- “Rio de Janeiro”: o Brasil estreou no Oscar em 1945, por meio da música Rio de Janeiro, do compositor Ary Barroso. A obra recebeu uma indicação em Melhor Canção Original e faz parte do filme estadunidense “Brazil”. A vencedora foi “Swinging on a Star”, do filme “O Bom Pastor”.
- “Orfeu Negro”: o longa–metragem venceu como Melhor Filme Internacional em 1960 e, embora seja falado em português e protagonizado por um brasileiro, o prêmio ficou com a França, pelo fato da produção ser dirigida pelo cineasta francês Marcel Camus. “Orfeu Negro” é uma coprodução entre Itália, Brasil e França.
- “O Pagador de Promessas”: a produção concorreu à categoria de Melhor Filme Internacional, em 1963, no entanto, perdeu para o longa–metragem francês “Sempre aos Domingos”. “O Pagador de Promessas” é dirigido por Anselmo Duarte (1920-2009) e protagonizado por Leonardo Villar (1923-2020).
- “Raoni”: o documentário, que é uma coprodução brasileira, disputou Melhor Documentário em 1979. A obra é dirigida pelo belga Jean-Pierra Dutilleux e pelo brasileiro Luiz Carlos Saldanha e retrata a vida do líder indígena brasileiro Raoni Metuktire. O ganhador foi “Scared Straight!”.
- Tetê Vasconcellos: a cineasta brasileira concorreu à categoria Melhor Documentário por seu trabalho na produção estadunidense “El Savador: Another Vietnam”, em 1982. O vencedor foi “Genocide”, de Arnold Schwartzman e Rabbi Marvin Hier.
- “O Quatrilho”: dirigido por Fábio Barreto, o filme recebeu uma indicação em Melhor Filme Estrangeiro, em 1996. O longa–metragem é inspirado na obra de José Clamente Pozenato e perdeu para “A Excêntrica Família de Antônia”, da Holanda.
- “O Beijo da Mulher Aranha”: O longa–metragem “meio brasileiro” concedeu indicações ao Brasil no Oscar de 1996. A produção foi dirigida pelo cineasta argentino naturalizado brasileiro Héctor Babenco e tem a atriz Sônia Braga como a personagem Mulher-Aranha, além de outros atores brasileiros no elenco (Milton Gonçalves, Nuno Leal Maia e Herson Capri). A trama foi gravada em São Paulo e recebeu indicações em Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado. O estadunidense William Hurt ganhou o troféu de Melhor Ator pelo personagem Luis Molina.
- “O Que É Isso, Companheiro?”: “Ainda Estou Aqui” não é o primeiro filme indicado ao Oscar do qual Selton Mello faz parte. O ator esteve no elenco de “O Que É Isso, Companheiro?”, que também recebeu uma indicação a Melhor Filme Estrangeiro, em 1998. O longa perdeu para o holandês “Caráter”.
- Fernanda Montenegro: a indicação de Torres ao Oscar ocorreu cheia de simbolismos. Sua mãe, Montenegro, foi indicada na mesma categoria, em 1999, por sua atuação no filme “Central do Brasil” como a escritora de cartas Dora. A atriz perdeu para Gwyneth Paltrow, que atuou em “Shakespeare Apaixonado”.
- “Central do Brasil”: um outro simbolismo é “Central do Brasil” também ter sido dirigido por Walter Salles e indicado a Melhor Filme Estrangeiro, em 1999. Na ocasião, “A Vida é Bela”, do diretor italiano Roberto Benigni, levou a melhor.
- “Uma História de Futebol”: a produção recebeu uma indicação em Melhor Curta–Metragem em Live–Action, em 2001, sendo a primeira vez do Brasil nessa categoria. A obra de Paulo Machline perdeu para “Quiero ser (I want to be…”), do México e da Alemanha.
- “Cidade de Deus”: no Oscar de 2004, o filme recebeu quatro indicações: Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia. O longa–metragem de Fernando Meirelles perdeu todas as categorias para “Senhor dos Anéis”.
- “Diários de Motocicleta”: o filme permitiu que o Brasil colocasse um pézinho no Oscar de 2005, por ter sido dirigido por Walter Salles. O longa–metragem foi indicado em Melhor Roteiro Adaptado, pelo trabalho do porto–riquenho José Rivera, e em Melhor Canção Original, o qual ganhou. O troféu ficou com o compositor uruguaio Jorge Drexler.
- Carlos Saldanha: o diretor recebeu uma indicação em Melhor Curta–Metragem de Animação, em 2004, com a produção estadunidense Gone Nutty. Em 2018, o brasileiro voltou a ser indicado ao Oscar na categoria Melhor Animação pelo filme “O Touro Ferdinando”.
- “Lixo Extraordinário”: recebeu uma indicação em Melhor Documentário de Longa–Metragem, em 2011. A obra é uma coprodução entre Brasil e Reino Unido, que mostra o trabalho do artista plástico Vik Muniz com catadores do lixão de Gramacho, em Duque de Caxias (RJ).
- “Real in Rio”: a música “Real in Rio”, do filme “Rio”, concorreu ao Oscar de Melhor Canção Original, em 2012. A obra foi composta por Sérgio Mendes, Carlinhos Brown, John Powell, Mikael Mutti e Siedah Garrett. Na ocasião, perdeu para “Man or Muppet”.
- “O Sal da Terra”: a produção foi indicada a Melhor Documentário de Longa–Metragem, em 2015, mas perdeu para “CitizenFour”, de Laura Poitras. O filme brasileiro foi dirigido por Juliano Salgado e mostra a história de seu pai, Sebastião Salgado.
- “O Menino e o Mundo”: a produção recebeu uma indicação em Melhor Animação, em 2016, porém, perdeu para “Divertida Mente”, da Disney/Pixar. O filme brasileiro foi escrito e dirigido por Alê Abreu, e mistura comédia dramática e aventura.
- “Me Chame Pelo Seu Nome”: em 2018, o filme produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira, por meio da RT Features recebeu três indicações: Melhor Ator, Melhor Filme, Melhor Música Original e Melhor Roteiro Adaptado, tendo vencido o último. O longa–metragem é produzido por Luca Guadagnino, roteirizado por James Ivory e protagonizado por Timothée Chalamet e Armie Hammer.
- “Democracia em Vertigem”: dirigido por Petra Costa, o documentário que mostra o processo de impeachment da ex–presidenta Dilma Rousseff foi indicado a Melhor Documentário, em 2020. A produção perdeu para “Indústria Americana”, do casal Michelle e Barack Obama.