Fui conhecer um hospital, mas o que eu encontrei foi muito mais do que salas, leitos, corredores. Eu descobri um modo de cuidar, um jeito de estar com o outro, mesmo quando a medicina já não promete a cura. O que vi foi respeito, dignidade, vida sendo tratada com humanidade até o último instante.
Fui recebido por profissionais que me apresentaram um lugar, onde a pergunta central é simples e poderosa: se você tivesse apenas 8 dias e meio de internação, como gostaria de ser cuidado?
Essa pergunta não é retórica, ela guia ações, escutas e gestos que fazem toda diferença quando o tempo se encurta. No Hospital Montserrat, em Salvador, o cuidado ultrapassa os protocolos. Está na arquitetura, nas cores, na forma de tratar cada pessoa.
Paciente, familiar, funcionários, ele é o primeiro hospital público no Brasil totalmente dedicado aos cuidados paliativos. Cuidar é também estar presente. Quando não se pode mais curar, ainda é possível aliviar, ouvir, respeitar. É possível amar. Como disse a médica Carolina Polônia: “Aqui o foco não é a morte, o foco é o cuidado enquanto há vida”.