No quarto 307, o Sr. Anselmo, um idoso de sorriso fácil e histórias de outros tempos, passava seus dias em um leito de hospital. Com saúde fragilizada e sem receber visitas, ele logo se tornaria conhecido por todos.
As enfermeiras, os funcionários da limpeza e os médicos faziam questão de visitar seu quarto para ouvir suas histórias, que ele contava como se cada detalhe fosse ainda recente. Os profissionais do hospital eram a sua família.
Ele esperava ansioso por cada troca de turno, pois sabia que alguém traria um café, um pedaço de bolo ou uma notícia para dividir com ele. As enfermeiras cuidavam dele com um carinho que ultrapassava a obrigação, e os funcionários da limpeza já sabiam dos seus contos favoritos.
No Natal, organizaram uma pequena festa em seu quarto, com decorações e até um gorro vermelho, que ele usou com orgulho. Ali, naquele leito, o Sr. Anselmo ganhou uma família inesperada e, em seus últimos dias, experimentou um amor genuíno e coletivo, deixando para cada um deles a lembrança de sua presença e de sua alegria, como um presente para sempre guardado.