Assisti recentemente, na Netflix, ao filme “O Lugar da Esperança”, que conta a história de uma mãe e suas duas filhas morando em um hotel pago pelo governo, enquanto aguardam uma oportunidade na fila da habitação. Ela precisava levar suas filhas frequentemente para ficarem com o pai, um agressor disfarçado de bom moço. Ela vive ouvindo aquelas falas que as mulheres vítimas de violência sempre escutam: que elas não são nada sem eles, que todos ao seu redor estão com ela por interesse e que só ele está por amor, e por aí vai.
Frases assim são como bombas para mulheres que já estão emocionalmente fragilizadas, pois as deixam ainda mais machucadas e confusas, já que o assédio psicológico não provoca marcas visíveis, mas causa um grande estrago.
No filme, diante da juíza, a mulher diz que sempre perguntam a ela por que não saiu de casa antes, por que ficou ao lado do marido tantos anos, como se a culpa fosse dela. E ela responde com uma pergunta: por que nunca perguntam a ele por que ele não parou?
“O Lugar da Esperança” me encantou pela solidariedade e pelo olhar empático de diversas pessoas que cercaram aquela mãe e a ajudaram a resgatar uma força desconhecida, perdida ou escondida.