A filha do ator Robin Williams, Zelda Williams, manifestou-se contra vídeos gerados por inteligência artificial que recriam a imagem e a voz de seu pai. Em publicações recentes no Instagram Stories, ela pediu que fãs parem de enviar esse tipo de conteúdo e criticou duramente a prática.
Nas publicações, a diretora e atriz pediu para que as pessoas parem de acreditar que ela quer ver os vídeos do pai gerados por IA. “Se você está tentando me provocar, já vi coisa pior e só vou restringir e seguir em frente. Mas, se tiver um mínimo de decência, pare de fazer isso com ele, comigo e com todo mundo”.
Zelda também ironizou a ideia de que a inteligência artificial representa o futuro do entretenimento. “Por tudo o que é sagrado, parem de chamar isso de ‘o futuro’. A IA só recicla e regurgita o passado. Vocês estão consumindo o centopeia humana do conteúdo, e do pior lado da fila, enquanto os de cima riem e consomem sem parar”.
A diretora chamou os vídeos de “nojentos” e mencionou que muitos criadores fazem “deepfakes baratos” para viralizar no TikTok.
IA na indústria do entretenimento
As críticas de Zelda Williams vêm em um período de debate crescente sobre os limites éticos da IA na indústria do entretenimento. O uso de versões geradas por inteligência artificial que mimetizam pessoas reais tem gerado apreensão quanto a direitos de imagem e consentimento.
Durante a greve dos atores, em 2023, Zelda já havia se posicionado contra o uso de IA para recriar artistas falecidos. Na ocasião, ela chegou a chamar essas recriações de “monstro Frankensteiniano” e ressaltou que muitos querem usar vozes e imagens sem consentimento.
Alguns colegas de Robin, por outro lado, manifestaram visões diferentes. O ator Matthew Lawrence, que contracenou com Williams em “Uma Babá Quase Perfeita”, chegou a sugerir o uso da voz do ator via IA, desde que houvesse autorização da família, como forma de tributo.
Robin McLaurin Williams Jr. nasceu em 21 de julho de 1951 e faleceu em 11 de agosto de 2014, aos 63 anos. Sua morte foi caracterizada como suicídio, em meio a um quadro de depressão e complicações neurológicas – exames apontaram que ele sofria de demência com corpos de Lewy.
Ao longo de sua carreira, atuou em filmes icônicos como “Gênio” (voz do Gênio em “Aladdin”), “Sociedade dos Poetas Mortos”, “Uma Babá Quase Perfeita” e “Gênio Indomável” — pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.