Numa tarde de domingo, quando liguei para minha mãe, percebi que a voz dela era de sono e brinquei, perguntando se ela tinha despertado do descanso. Ela respondeu que não, que estava preparando aula para o dia seguinte.
Eu ri demais, dizendo que ela não queria admitir que estava dormindo, pois ela dava aulas para as turmas do Ensino Fundamental há quase três décadas. Foi quando ouvi a sua resposta, na verdade uma lição para mim: “Quem disse que eu dou a mesma aula todos os dias?”.
Fiquei pensando naquilo, quase 30 anos em sala e ela preparava suas aulas diariamente, buscava novas referências, lia vários livros, fazia cursos e se consultava com outros professores, antes mesmo de a internet facilitar esse acesso.
Semana passada, um ex–aluno da minha mãe me mostrou uma foto dela com cabelos ainda pretos. Ele guardava a foto como referência e homenagem a uma professora que marcou sua vida. A educação tem disso, faz desses trabalhadores anônimos pessoas imortalizadas em memórias, sentimentos e gratidão.
Felizes são os professores que se deixam livres para aprender todos os dias. Aos professores, todo o nosso respeito.