A Casa Fiat de Cultura, em BH, inaugurou a exposição sensorial e interativa “Natureza Transformada: atravessamentos espaciais”, que propõe novos olhares sobre arte, arquitetura e paisagem. A mostra gratuita apresenta trabalhos dos italianos Paolo Albertelli e Mariagrazia Abbaldo e da brasileira Marcia Xavier. A atração ficará em cartaz até 8 de junho.
Ao todo, são 25 obras feitas em aço, vidro, estruturas metálicas e água, que convidam o público a refletir sobre a fragilidade dos recursos naturais. Pela primeira vez no Brasil, os trabalhos de Albertelli e Abbaldo combinam a poética da leveza com a rigidez do aço. Já as obras de Xavier investigam a interação entre superfícies líquidas e sólidas.
Para complementar a temática da exposição, está disponível a obra digital “Copa, Casa Comos”, de Estêvão Ciavatta, com narração de Regina Casé, em parceria com o Museu do Jardim Botânico (RJ). O objetivo é transportar o público para o interior de uma árvore Sumaúma.

Haverá um bate–papo de abertura da mostra, nesta quarta–feira (9/4), com os artistas Mariagrazia e Paolo, às 19h30. Os ingressos gratuitos para “Além, da obra: A arte como possibilidade” estão disponíveis neste link.
Obras buscam novas formas de percepção do meio ambiente
Nas obras, os artistas usam linguagens e materiais distintos, porém convergem na busca por novas formas de perceber o meio ambiente. De acordo com o curador da exposição, Guilherme Wisnik, transformação e atravessamento são os conceitos centrais da exposição.
“Na conjunção entre as produções de Marcia Xavier e da dupla Mariagrazia Abbaldo e Paolo Albertelli, a fragilidade da vida humana é confrontada com a perenidade dos minérios e dos espelhos, porém, paradoxalmente, numa época em que toda essa noção de perenidade vai sendo corroída por dentro”, disse o curador.
Estão expostos 16 trabalhos de Albertelli e Abbaldo, cujo objetivo é transformar o peso da matéria–prima das obras em formas etéreas e dinâmicas. Enquanto arquitetos e artistas, eles ultrapassaram os limites físicos da Casa Fiat de Cultura, criando conexões entre o interior e o exterior.

Investigando as relações entre escultura e paisagem, os artistas utilizam, majoritariamente, aço cortado a laser. Inspirados pela natureza e pelo movimento, eles transforma materiais rígidos em composições que evocam fluidez e leveza. De acordo com Wisnik, a dupla aborda o meio ambiente de forma crítica.
“Informada pela fenomenologia, a dupla de artistas italianos entende o processo de significação como uma troca entre espectador e obra, ou ser humano e ambiente circundante, no qual ambas as partes são ativas”, explicou Guilherme.
Marcia Xavier trabalha com distorção de imagens
O trabalho de Marcia Xavier, por sua vez, apresenta 8 obras com espelhos d’água, vidros e espelhos, que distorcem imagens e criam jogos visuais que ressignificam a percepção do espaço e do corpo do espectador. As produções da artista propõem reflexões sobre a efemeridade e a constante metamorfose da natureza.
A água é o elemento central da pesquisa de Xavier, e age como um espelho para revelar realidades distorcidas. “Transitando dos fluxos aquosos às superfícies polidas, a artista sabe que a água é o espelho primordial, e que o corpo é o grande agente definidor dos espaços”, afirma o curador da mostra.
Visitas temáticas e atividades educativas estarão disponíveis durante o período em que a exposição ficar em cartaz. O Programa Educativo da Casa Fiat de Cultura realizará ações educativas como visitas mediadas e acessíveis para grupos e instituições, utilizando recursos táteis e sensoriais.
Nos dias 12, 13, 18, 19, 20, 26 e 27 de abril, sempre às 16h30, haverá visitas temáticas abordando aspectos técnicos-estéticos da concepção das obras. Os interessados devem retirar uma senha na recepção da Casa Fiat de Cultura.
Natureza Transformada: atravessamentos espaciais
Data: até o dia 8 de junho
Visitação: terça a sexta–feira, 10h às 21h | Sábados, domingos e feriados, 10h às 18h
Local: Casa Fiat de Cultura | Praça da Liberdade, 10 – Funcionários
Entrada gratuita