Etty Hillesum foi uma jovem judia holandesa que descreveu a vida na Alemanha durante a ocupação nazista. Dentro de um campo de passagem, ela escreveu seus últimos registros em um diário antes de ser transferida para Auschwitz em setembro de 1943, sendo assassinada dois meses depois, aos 29 anos.
Etty trava uma batalha interior e parte disso pode ser lida num livro chamado “Uma Vida Interrompida”. Em seus escritos, ela vai nos ensinando muito sobre as pessoas e as relações humanas. E olha só parte do que ela diz:
“Não é fácil me amedrontar, não porque eu seja corajosa, mas por saber que lido com seres humanos e preciso tentar ao máximo compreender tudo que qualquer um possa fazer. E foi isso que realmente importou hoje de manhã.
Não que um jovem funcionário da Gestapo contrariado tenha gritado comigo, mas sim que não me senti indignada. Ao contrário, senti verdadeira compaixão e vontade de lhe perguntar: ‘O senhor teve uma infância muito infeliz, né? Brigou com a namorada?’ É, ele me pareceu atormentado e obsecado, mal-humorado e fraco.
Eu queria ter começado a tratá-lo ali mesmo, pois sei que jovens dignos de pena como ele se tornam perigosos tão logo se vejam soltos no mundo”.