Muito da nossa infelicidade está na comparação, em olhar para o outro e o que o outro tem e sentir-se infeliz por não estar no lugar dele, um lugar que você acredita que pertence a você e onde talvez injustamente não tenha sido visto ou colocado.
Um lugar que pode ser, como dizia Baumann, uma felicidade cenográfica, líquida, assim como muitas coisas em nossa vida. Mas o que realmente queremos, qualquer um de nós, é reconhecimento, é pertencimento. Queremos que um filho recém-chegado à adolescência continue nos reconhecendo como referências, mesmo em um momento de transição, quando ele deixa de ser uma criança que buscava proteção para se tornar alguém em busca de autocompreensão.
Queremos reconhecimento nas redes sociais, por meio de curtidas e engajamento, do trabalho, pelo esforço que consideramos ter feito, e assim por diante. O filósofo contemporâneo Alain de Botton aborda essa questão no livro “Desejo de Status”. Estamos, de verdade, essencialmente, em busca do amor social, que significa mais a aprovação do outro do que a nossa própria