
Como educação e liderança estão conectadas e podem se conectar ainda mais? O Conecta Mente desta semana recebeu Alan Jhones para uma conversa sobre o assunto. Com mais de 15 anos de atuação na área educacional, Alan é gerente de relacionamento e novos negócios do Sinepe-MG (Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Minas Gerais), diretor de marketing da Ascobap (Associação Comercial Barro Preto), intermediador de negócios na Áquila Consultoria e host do podcast O Boss tá On.
Na entrevista, Alan relembrou o início da carreira no Sistema S, por meio do Senac, e destacou que entrar na educação é “um caminho sem volta”. Desde então, passou a atuar em diferentes frentes — da docência à produção de grandes eventos. Um dos marcos recentes dessa trajetória é o Movimente, realizado em fevereiro no Expominas, que reuniu cerca de 6 mil gestores educacionais das esferas estadual, municipal e particular. Agora, ele se prepara para mais uma iniciativa: o Encontro Mineiro da Educação, voltado para a educação particular e marcado para maio, no Hotel Fazenda Tauá, em Caeté. Nomes como Léo Chaves, Ana Beatriz Barbosa, Rosana Jatobá, Clóvis de Barros Filho e Marco Túlio (Jota Quest) estão entre os palestrantes.
Ao refletir sobre os desafios da liderança no contexto contemporâneo, Alan foi direto: “Quem não gosta de pessoas não deve almejar nada ligado à liderança”. Para ele, liderar é menos sobre cargo e mais sobre comportamento — é a capacidade de inspirar e provocar o desejo genuíno de engajamento dentro de uma equipe. Essa “querência”, como ele define, é o motor que diferencia o desempenho de um time.
“O que eu entendo hoje é o seguinte: o maior desafio na gestão são as pessoas. E tudo se baseia em pessoa. A empresa vai ser pessoas o tempo inteiro, então quem não gosta de pessoas não deve querer almejar nada ligado à liderança. Liderança não é um cargo, liderança é postura, é forma de conduzir”, define. “E o principal desafio hoje é inspirar, eu brinco que tá faltando ‘querência’. O negócio é fazer com que as pessoas queiram”, diz.
Outro ponto central da conversa foi o impacto das diferentes gerações no ambiente corporativo. Alan defende que o bom líder é aquele que sabe dialogar com todos os perfis — dos baby boomers aos jovens da geração Z.
“O que é estímulo para um profissional da geração X não faz sentido para um Z”, explicou. Com base nessa lógica, ele defende a importância de conhecer as referências e motivações de cada faixa etária para extrair o melhor resultado coletivo.
A tecnologia e a inteligência artificial também foram destaque. Alan acredita que não há mais espaço para resistência: o uso de dados, ferramentas digitais e IA já é uma realidade, e os líderes precisam estar preparados para isso.
“Quem domina essas três frentes — marketing digital, IA e dados — sai na frente”, afirma. Ele conta, inclusive, que já utilizou o ChatGPT para analisar seu próprio perfil e que recorre com frequência a ferramentas digitais como aliadas nos negócios.
Ao abordar os jovens que estão entrando agora no mercado de trabalho, Alan destacou a importância de adaptar narrativas e estruturas. A geração Z, segundo ele, valoriza autonomia, propósito e resultados concretos — e não necessariamente se encaixa no modelo tradicional de carga horária fixa. “Eles precisam entender para que serve cada tarefa, qual o impacto real do trabalho deles. Se não enxergarem isso, não se conectam com a entrega”, disse.
Na outra ponta, profissionais mais experientes também enfrentam o desafio de se adaptar à transformação digital. Alan vê com otimismo tal movimentação: “Eles são mais disponíveis do que muitos imaginam. O maior obstáculo ainda é a tecnologia, mas isso pode ser superado com orientação e abertura para o novo”.
Por fim, o entrevistado deixou uma mensagem sobre credibilidade e relacionamento — valores que considera fundamentais para qualquer líder. “Credibilidade não é negociável. E quanto mais problemas você consegue resolver, mais valor você gera. Se não souber resolver, indique quem sabe. Isso é construir confiança”, concluiu.