O Sebrae Minas apresenta, nesta quinta-feira, a 3ª edição do “Trend Connection”, evento que reúne grandes nome da moda nacional. Uma das mais aguardadas foi Patricia Bonaldi, diretora e fundadora criativa da marca PatBO, que palestrou sobre o case de sua grife.
A Rádio CDL FM conversou com a fundadora da marca sobre seguir tendências e os desafios do mercado de moda. A PatBO está presente no Brasil e internacionalmente e já vestiu artistas como Ashley Park, de Emily em Paris, e Beyoncé, durante sua última turnê.
Sobre as tendências de moda que nascem nas redes sociais, sobretudo no TikTok, Patricia diz que a PatBO é um tanto livre disso: “Óbvio que tendência existe em qualquer marca, ah, o balonê está aí, algumas coisas você dá aquela aplicadinha, mas eu acho que a PatBO não é refém de tendências”.
“A gente tem o nosso conceito, o nosso DNA. Quando a gente fala de trabalho manual, que é o que eu faço desde o primeiro dia do meu trabalho, isso atravessa tendências. Porque tendência é uma coisa muito passageira; um DNA, um código de marca é uma coisa que atravessa anos”, completa.
“Então eu acho que a nossa cliente está mais preparada a ouvir as nossas histórias e não segue tanto mini tendências”, diz a diretora criativa.
PatBO dá dica para designers iniciantes
A PatBO nasceu em 2012 pelas mãos de Patricia, que iniciou desenvolvendo um trabalho manual em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde passou grande parte de sua vida.
De lá para cá, como toda marca, a grife passou por desafios até se internacionalizar, e um deles foi ter iniciado no Brasil, que oferece pouco investimento para o segmento.
“Eu acho que ainda é um país complexo para empreender, para criar uma carreira. Então acho que isso não vai mudar tão cedo”, opina.
No entanto, a fundadora dá a dica de ouro para os designers que querem entrar no ramo: “Investir num produto que você acredita, investir nas suas ideias. Vai ser mais desafiador, é importante não parar com os primeiros empecilhos, quando aquilo aparece, não travar naquilo”.
“Hoje eu não moro em Minas, mas essa é a minha história, eu comecei em Minas e minha fábrica ainda é em Minas. A gente tem um caminho a seguir, mas ele não é uma montanha intransponível. Se você quiser construir sua marca a partir de São Paulo, não se importe com fazer parte de pequenos círculos. Eu acho que você vai construindo através do seu produto”, afirma.
Durante a palestra no evento, Patricia Bonaldi contou sobre o case da PatBo. Antes de fundar a grife, a designer trabalhava vendendo roupas de várias marcas. Sua etiqueta autoral nasceu a partir do desejo de suas clientes, que procuravam peças diferentes do que ela oferecia.
À época estudante de Direito, a jovem começou a desenhar as roupas pedidas.
“Eu falo que eu sou maximalista, cada um tem seu estilo mas eu sou uma pessoa que gosta de cor, textura. Então desde o dia 1, o trabalho manual é a minha paixão. É ainda o nosso core e o que levamos para o mundo”, conta.
Patricia vê como diferencial nos designers brasileiros a mistura de estilos. “Tem marcas que são super florais e estamparias e são incríveis, marcas que são alfaiatarias e são incríveis, essa amplitude de talentos e saberes é nossa maior força porque não somos uma moda padronizada”.