Quando os bisnetos nasceram foi uma festa só. A primeira a nascer foi batizada com o nome dela. Toda feliz, a bisavó sorri, sem esconder a alegria de viver aquele momento. Após a perda de seu marido, ela deu uma caída, o que era de se esperar, pois viveram quase 50 anos juntos.
Uma pessoa comentou que a vinda dos netos diminuiria a dor da perda do marido. E ela, lúcida, disse que uma nova alegria não diminuía a perda de um grande amor.
Hoje, todos os dias os netos fazem ligação de vídeo pra ela, convidam pra passar o final de semana na casa deles. Os netos já são adultos. O interesse dela agora é nos pequenos, os bisnetos, que ela carrega como se fossem o primeiro filho.
Experimenta ligar pra ela pra ver. Um minuto de conversa e ela já introduz algum assunto dos bisnetos, dizendo do nada: “Fulana tá lindinha demais”.
Eu vejo essa cena e lamento não ter abraçado mais os meus avós, não ter ouvido mais o que eles tinham para contar, as histórias deles. Mas eu sou grato pelos exemplos que deixaram, cada um com seus erros e acertos, cada qual com seus afetos.
Dia 26 de julho é comemorado o dia dos avós. Então, se você os tem por aqui, o mais cedo possível, comemore.
