Você já teve a sensação de que está sempre correndo, mas nunca chega a lugar nenhum? A gente fica naquela ansiedade, naquela angústia, mas você nem sabe explicar porque que aquela ansiedade veio.
Vivemos uma crise silenciosa. Ela não aparece muito nas manchetes, mas se revela nos corpos cansados, nas mentes saturadas e nas dificuldades de simplesmente parar, na dificuldade de prestar atenção no silêncio. No sistema capitalista, o tempo virou mercadoria. “Tempo é dinheiro”, você já ouviu essa frase. Pois é, cada segundo improdutivo parece um erro. O lazer é monetizado.
O descanso, muitas vezes, precisa ser merecido e o ócio virou pecado. Mesmo fora do trabalho, estamos conectados, disponíveis, acelerando. Trabalhar de casa, que deveria ser sinônimo de equilíbrio, virou jornada sem fim. E o resultado? Ansiedade, culpa e o número crescente de pessoas adoecidas numa síndrome do esgotamento reconhecida pela Organização Mundial da Saúde.
No Brasil, cerca de 30% dos trabalhadores já sofrem com isso. Mas será que a vida precisa mesmo ser assim? O filósofo Byung-Chul Han diz que descansar hoje é um ato de rebeldia. Desacelerar não é atraso, é reconquistar o que o sistema nos roubou: o direito de simplesmente viver o tempo.