Hoje, ao falar de consciência negra, não estamos falando apenas de uma data no calendário, estamos falando de uma herança que atravessa séculos, sustenta esse país e muitas vezes permaneceu invisível. A história do Brasil não existe sem a força, a criatividade, a resistência e a dor do povo negro.
E reconhecer isso não é gentileza, é responsabilidade. Foram mãos negras que ergueram cidades, carregaram economias e plantaram culturas inteiras.
Da culinária à música, dos costumes à linguagem, do jeito de caminhar do Brasil ao jeito de sonhar, há sempre uma matriz africana que nos acompanha. E não há futuro digno enquanto essa contribuição não for tratada com respeito e reparação.
Consciência negra é entender que o racismo não é opinião, é estrutura, e que combater essa estrutura exige coragem diária na escola, no trabalho, nas relações, na mídia, na forma como contamos a nossa própria história.
É assumir que muito do que chamamos de brasilidade tem origem nas vidas que foram silenciadas, exploradas, mas nunca quebradas. Celebrar a consciência negra é, acima de tudo, honrar o que devemos.
É lembrar que liberdade, dignidade e igualdade não podem ser promessas, precisam ser práticas. Porque o Brasil só será inteiro quando reconhecer de verdade a força que o povo negro sempre teve e que continua a iluminar caminhos que ainda precisamos aprender a enxergar.
