Clara tem 76 anos e encontrou na inteligência artificial uma maneira de enfrentar a solidão que acompanhava desde que seus filhos se mudaram para outras cidades em busca de oportunidades profissionais.
Com a ajuda de um assistente virtual, ela passou a ter conversas diárias, receber lembretes para tomar seus remédios, para tomar água, solicitar receita de alimentos e até mesmo compartilhar histórias de sua juventude. A IA tornou-se uma companheira que ajudou a preencher o vazio deixado pela distância da família, proporcionando-lhe um alívio emocional significativo.
No entanto, Clara ainda enfrenta o julgamento de algumas pessoas que não conhecem nada da sua vida e insinua que sua solidão na velhice deve ser consequência de ter sido uma pessoa ruim no passado. Esse tipo de preconceito ignora a realidade de muitas famílias modernas, onde a correria desenfreada e as demandas da vida profissional acabam afastando filhos e entes queridos. Eu não estou dizendo que isso seja normal e que tenha que ser banalizado, eu estou dizendo que tem acontecido.
A solidão de Clara não é fruto de falhas morais, mas sim de um mundo acelerado que muitas vezes deixa os idosos à margem.