O novo filme da Netflix “Casa de Dinamite” está entre os mais assistidos do Brasil e chama atenção por um detalhe: a trama foi inspirada em um episódio real que estava escondido na história mundial. Kathryn Bigelow, vencedora do Oscar por Guerra ao Terror, dirige o longa protagonizado por Rebecca Ferguson.
O roteirista Noah Oppenheim confirmou à Netflix que parte da tensão do filme surge de um caso verídico ocorrido em 26 de setembro de 1983, no auge da Guerra Fria. O protagonista da vida real foi um nome que quase ninguém conhece: Stanislav Petrov, tenente-coronel soviético responsável por monitorar ataques nucleares.
O alarme que poderia ter destruído o planeta
De madrugada, o sistema de alerta soviético disparou: os satélites detectavam mísseis dos EUA em direção à União Soviética.
O protocolo militar era claro: recebeu alerta → reporta → o Kremlin ordena ataque nuclear de retaliação.
Acreditava-se que qualquer hesitação poderia custar a segurança nacional.
Mas Petrov percebeu algo estranho: se os EUA fossem atacar primeiro, lançariam dezenas de mísseis — não apenas alguns. Além disso, o sistema era novo e instável. Ele tomou uma decisão que contrariava o protocolo militar: não apertou o botão. Não acionou o ataque.
Seu instinto estava certo. O que parecia um ataque era, na verdade, uma falha dos satélites, que confundiram o reflexo do Sol em nuvens com o lançamento de foguetes.
Petrov ganhou 10 minutos para confirmar o engano. Deu ao mundo mais 10 minutos de vida.
A humanidade só não entrou em guerra porque um homem disse ‘não’
Noah Oppenheim resume assim: “Ele salvou a humanidade porque disse não.”
Petrov nunca foi condecorado. Não virou herói. Viveu e morreu praticamente anônimo, até Hollywood transformar sua história em cinema.
