Quem inventou aquela frase “quem não é visto, não é lembrado”, talvez não tivesse a ideia da associação desta sentença com o adoecimento emocional e mental que tem ocorrido nos últimos anos. A busca pelos algoritmos, a necessidade de mostrar que está bem, e por isso postar o tempo todo: as idas a cafés e restaurantes, mostrar o fragmento bom de uma viagem, mesmo quando ela não tenha sido feliz; colocar as famosas fotos em aeroportos, para mostrar que está em movimento e a agenda está cheia, tudo isso alimentando uma felicidade cenográfica.
O filme “O dilema das redes” fala justamente isso. Me marcou muito a cena em que uma jovem posta uma foto e fica lá, aguardando as curtidas, que vêm em milhares. Mas quando alguém não gosta do que ela postou, seu mundo acaba, por mais que milhares de outras pessoas já tenham curtido.
Este é o adoecimento silencioso de que falo. E as novas gerações já nascem com este cenário, achando que tudo podem e a tudo compram com um clique. É necessário entender que nem tudo que a gente sonha será realizado. Mas, sonhar nos faz caminhar em alguma direção.