A Bienal de Arquitetura de Veneza termina no próximo dia 23 e, ao final do evento, longe dos olhos dos visitantes, toneladas de materiais das exposições são transportadas por Veneza em carrinhos de mão e barcos. Apenas uma fração desses materiais é reutilizada.
A principal razão é a escassez de espaços de armazenamento na cidade e os altos custos logísticos, desafios recorrentes da arquitetura circular. Como resultado, a maior parte dos resíduos acaba sendo destinada a ter sanitários ou centros de reciclagem próximos. Acontece que essa realidade está prestes a mudar.
Diante das crescentes preocupações ambientais, arquitetos têm se empenhado em desenvolver estratégias que viabilizem a reutilização desses materiais, processos que envolvem não apenas as decisões arquitetônicas e construtivas, mas também abarcam questões de logística e comércio internacional.
Por décadas, os pavilhões e exposições da Bienal de Arquitetura de Veneza foram concebidos como vitrines efêmeras que celebravam o impacto visual, o gesto audacioso e o ineditismo material. No entanto, diante da crescente consciência sobre os limites do planeta, essa lógica passou a ser questionada.
A edição deste ano marca um ponto de inflexão, com a sustentabilidade assumindo o protagonismo na narrativa curatorial e técnica. Pela primeira vez, a Bienal busca ser certificada como carbono neutro, em conformidade com a norma ISO 14068. E pavilhões inteiros foram projetados com foco na desmontagem, reutilização e mínima pegada ecológica.
Legal essa história, né? Quando a gente pensa nas mostras de arquitetura e imagina que muito do que foi exposto ali vai ser desperdiçado, esse tipo de curadoria é imprescindível para que isso não aconteça. E tem muita gente pensando dessa forma circular.
