Uma certa vez, caminhando e ouvindo um podcast, a entrevistada daquele programa disse que para a filosofia, o nascimento é sagrado. Há de se respeitar aquele momento tão importante para a vida de quem nasce e de quem o recebe, assim como a morte também é sagrada, e que, desejar a morte de alguém, seja quem for, foge do rito sagrado.
A morte é o fim de um ciclo daquele que se foi, obviamente. Mas a morte simbólica também é o fim de algo. O perdão não é para livrar o outro da culpa, por exemplo.
É para que aquele que provocou tanta dor, não continue provocando enquanto estivermos vivos. O perdão é a nossa própria libertação de um ressentimento que é doloroso. O problema hoje é que a morte foi banalizada.
As pessoas se preocupam em filmar para reportar para alguém ou para ter um vídeo bombando nas redes. Diante de uma notícia de morte, já não espantamos. Morrer faz parte da vida, banalizar a morte é, no entanto, banalizar a vida.
Diante de uma notícia de morte, seja de quem for, use sua espiritualidade ou sua humanidade para sacralizar aquele momento em pensamento elevado. Se isso fará bem a quem se foi, cada um acredita como quiser. Creio bastante que fará bem a quem eleva seu pensamento.