Freud dizia que o amor pelos cachorros é especial porque não tem ambivalência. É um amor sem ódio, sem contradição.
Diferente das relações humanas que misturam afeto e conflito, ternura e raiva. Talvez por isso vivamos hoje uma verdadeira epidemia de amor aos pets.
Eles representam vínculos mais fáceis, não julgam, não cobram, não nos colocam diante de confrontos. Nesse cenário, muitos acabam preferindo a companhia de um animal à de uma pessoa. Afinal, os pets oferecem aconchego sem exigir negociações emocionais.
Mas Freud lembrava que, no contato humano, está justamente a complexidade que nos faz crescer. O desafio não é escolher entre um ou outro, mas perceber que a ternura incondicional dos animais pode andar junto da riqueza, às vezes dolorosa, das relações humanas, porque é no encontro com o outro imperfeito e contraditório que a vida encontra sua maior profundidade.