Com um bom emprego e uma faculdade já concluída, a vida, às vezes, dá reviravoltas que abalam a estrutura de qualquer ser humano. Em uma manhã de domingo, Adalberto perdeu seu grande amor, Ana Clara, em um acidente trágico.
Os jornais e os moradores daquela pequena cidade afirmavam que ele estava dirigindo e, ao que parecia, havia adormecido ao volante. Essa versão, no entanto, não foi comprovada pela polícia. Parece que um animal atravessou o caminho, e Adalberto fez o que pôde para salvar suas vidas.
Mas a dor da culpa e da impotência diante daquela tragédia levou o jovem ao álcool, depois ao distanciamento dos pais e amigos e, por fim, às calçadas das ruas de Belo Horizonte. Um gari que sempre trabalhava naquela rota, varrendo a rua, tornou-se amigo daquele homem sem nome e de história oculta.
De uma relação inicialmente marcada pela estranheza nasceu uma amizade. Da vida na rua e nos vícios, surgiu a busca por tratamento e, finalmente, o retorno para os pais e amigos. Do improvável, um novo mundo se abriu. Nem sempre é assim que ocorre. A vergonha e a culpa não deixam a pessoa despertar e caminhar. Que bom que este jovem que me contou a sua história tinha família que o amava e alguém que o percebeu.