Quando eu era pequena eu adorava história dos Três Porquinhos. O lobo soprava fácil a casa de palha, depois a casa feita de madeira e não conseguia derrubar a casa do Pedrito que era de tijolo. Mas será que essa história tem que ser assim mesmo?
Hoje a gente vai revisitar a palha. Esse material natural sustentável e biodegradável que não se presta só a construções rústicas, mas que também tem sido bastante explorado em ambientes mais modernos, especialmente em países de clima tropical.
A palha é comumente utilizada como cobertura. A maleabilidade construtiva, a leveza estrutural e a permeabilidade térmica são características que justificam o seu uso como o fechamento superior.
E há vários outros usos do material. A palha também rende esteiras e objetos diversos, já que pode ser trançada em padrões múltiplos. As tramas podem ser mais abertas ou fechadas e alguns padrões são há muito conhecidos quando associados a móveis.
A palhinha é um ótimo exemplo, que, desde o modernismo padrão, foi apropriado como uma das marcas da identidade brasileira e é usada como linguagem de projeto com esse mesmo preceito atrelado ao seu uso.
Se a madeira frequentemente é defendida pelo desempenho ambiental, pela cor, textura dos veios, aconchego e aquecimento visual no ambiente, a palha cumpre os mesmos requisitos. Portanto merece seu lugar cativo em arquitetura e o mesmo afinco para ampliação de suas aplicações. Viva a palha!