Você já passou por uma situação tão inusitada quanto estranha, em que uma pessoa desconhecida se aproxima, fala algo do nada e vai embora, deixando você com a cabeça cheia de perguntas?
No livro “O Andar do Bêbado”, o físico e matemático Leonard Mlodinow traz vários exemplos de como não estamos preparados para lidar com o aleatório e, por isso, muitas vezes não percebemos como o acaso interfere em nossas vidas.
Essas situações acontecem comigo de vez em quando. Certa noite, enquanto fazia minha caminhada e refletia sobre a finitude, pensava que a morte em si não me assombra, mas a ausência abrupta, o “deixar de existir”, me inquieta. Quase chegando diante do Fórum de BH, notei que um homem se aproximava.
Ele estava com roupas sujas e rasgadas, segurando um caderno ou algo parecido em uma das mãos, com os pés e cabelos cobertos de sujeira acumulada, e resmungava algo enquanto fazia pequenos gestos. Quando passou por mim, sem me olhar e “sem me ver”, ele disse ao universo: “A morte também trabalha ao contrário”.
Talvez a morte não seja o fim. Como diziam os antigos filósofos, é a consciência de sua existência que dá sentido à vida. Deixo aqui essa frase para que mais pessoas possam refletir comigo: “A morte também trabalha ao contrário.”